A Operação Rota do Atlântico não parou com a prisão preventiva de José Veiga. O Ministério Público (MP) realizou mais buscas esta tarde com o objectivo de reconstituir o património financeiro de Veiga e de Paulo Santana Lopes e localizar os circuitos financeiros com origem na República do Congo

O Banco Carregosa, um banco de investimento centenário do Porto, foi um dos alvos das buscas, confirmou o Observador junto de fontes judiciais. O objectivo das buscas, segundo as mesmas fontes, passou pela quebra do sigilo bancário de contas bancárias que José Veiga detinha naquele banco, reconhecido no mercado pelos seus serviços de private banking e de banca de investimento, e pela pesquisa de património financeiro em nome de Paulo Santana Lopes, sócio de Veiga, e de titulares de cargos políticos da República do Congo e de outros países africanos.

Ao que o Observador apurou, as buscas realizadas terão sido meramente instrumentais. Isto é, o Banco Carregosa e os seus administradores não serão alvo de suspeitas criminais.

Recorde-se que no centro da investigação do MP e da Polícia Judiciária estão as relações com o poder político da República do Congo, onde terão sido praticados alegados crimes de corrupção activa de comércio internacional. As autoridades investigam igualmente suspeitas de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

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As buscas foram realizadas pela procuradora Susana Figueiredo, magistrada do Departamento Central de Investigação e Acção Penal responsável pelo inquérito. O juiz Carlos Alexandre, que emitiu os mandados de busca e de quebra do sigilo bancário, liderou a diligência judicial.

Contactada pelo Observador, fonte oficial do Banco Carregosa afirmou:

Uma equipa de investigação deslocou-se ao Banco Carregosa com um pedido de informações, no âmbito de um processo em curso que abrange um cliente do banco. Por estar munido de um mandado judicial, o Banco Carregosa forneceu as informações solicitadas. A diligência decorreu sem qualquer incidente”, lê-se numa declaração escrita.

A Operação Rota do Atlântico não vai ficar por aqui. São esperadas mais diligências judiciais nos próximos dias.