O mandato presidencial de Cavaco Silva está prestes a terminar e esta quarta-feira foi dia de se despedir das Forças Armadas, enquanto Comandante Supremo, e não deixou de lançar recados para o futuro. Para o Presidente da República é necessário que exista “estabilidade legislativa” após “terminada a elaboração das leis da atual reforma”, e acrescenta que é preciso prudência nas reformas às Forças Armadas para que não exista “descaracterização e enfraquecimento”. Em frente aos militares, Cavaco Silva pede consensos e estabilidade.

No discurso que fez na despedida das Forças Armadas, Cavaco Silva apontou que estas “devem ser objeto de cultura de compromisso e consenso institucional” entre as forças políticas e os órgãos de soberania. E acrescentou que “a associação constitucional do Presidente da República às Forças Armadas sublinha e acentua o seu caráter iminentemente nacional e suprapartidário”. E acrescentou que estas são “a última reserva da soberania nacional e um pilar estruturante da identidade nacional”.

Na sua despedida de Comandante Supremo das Forças Armadas, Cavaco Silva avisou que “desvalorizar a condição militar é enfraquecer a nação”. No fim, o Presidente da República manifestou o seu apreço e reconhecimento por aqueles cujo lema “é apenas um e o mais nobre: Servir Portugal”.

Além disso, o Presidente sustentou que, tendo em conta os 10 anos em que acompanhou de perto as Forças Armadas e a Defesa Nacional, existem duas prioridades: “As pessoas”, que são “o recurso mais valioso”, e “a capacidade operacional”. E o ainda chefe de Estado fez questão de se despedir não só dos militares em funções, mas também dos antigos combatentes.

Num discurso elogioso aos militares portugueses, Cavaco Silva declarou que “a instituição militar têm-se constituído como uma notável escola de cidadania”, que tem “cultivado valores” como, por exemplo, “coesão”, “disciplina”, “coragem” e “patriotismo”. Além disso, Cavaco afirmou ainda ter sido “gratificante constatar o elevado prestígio e consideração” de que os militares portugueses “usufruem” no exterior, por exemplo de cidadãos estrangeiros e organizações internacionais nas quais estão integrados.

*Editado por Liliana Valente

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