O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, garantiu que a “Comissão Europeia não olha” para os partidos, quer sejam mais ou menos extremistas, que apoiam o Governo. Numa entrevista ao jornal Público, considerou que o primeiro-ministro é um “europeísta convicto” e que “é muito bem recebido, porque já conhece todas as pessoas há muito tempo, é um homem que toda a gente aprecia.”

No entanto há um tema que começou, nas últimas semanas, a ganhar destaque na política lusa, e sobre o qual o comissário europeu nem quer ouvir falar: a renegociação da dívida. Segundo Carlos Moedas, a expressão “reestruturação da dívida” já se tornou numa “palavra política e não numa palavra técnica, como deveria ser desde o princípio, pois todos os países estão constantemente a mudar de taxa de juro, a mudar os pagamentos para reembolsar as dívidas e tudo isso, tecnicamente, são pequenas renegociações”. Por isso, o antigo secretário de Estado adjunto de Passos Coelho pensa que o tema não é “uma questão neste momento”.

Já no seio da Comissão Europeia existe “todo o tipo de discussão”, os comissários são os primeiros “a ter todo o tipo de estudos”, mas uma decisão sobre uma eventual renegociação pertence “ao Conselho [europeu], é uma decisão dos países”. No entanto o português questiona: “Será que [em relação] a esses temas específicos sobre eurobonds, renegociação da dívida, podemos pensar que a curto prazo vai haver consenso? Penso que não”.

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