A Elsinore irá publicar Uma Rapariga é uma Coisa Inacabada, da escritora de origem irlandesa Eimear McBride. Apesar de ter sido escrito em apenas seis meses, o livro demorou nove anos até finalmente ser publicado pela Galley Beggar Press, uma editora sediada em Norwich, onde McBride vive com o marido e a filha. Aclamado pela crítica e vencedor de inúmeros prémios, Uma Rapariga é uma Coisa Inacabada conta a história de uma jovem mulher e da sua relação com a sua família disfuncional.
A Guerra e Paz irá acrescentar mais dos títulos à sua coleção de grandes clássicos da literatura: O Amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence, e uma nova edição de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, reforçando assim o seu caráter “distintivo, mas variado em estilos e épocas”, garante a editora. As duas obras chegam às livrarias no mesmo dia — 2 de março.
Publicado originalmente em 1928, O Amante de Lady Chatterley relata a relação erótica de Lady Chatterley e do seu amante, Mellors, guarda de caça do seu marido, Lord Chatterley. Apesar de proscrito durante várias décadas por ser considerado um livro pornográfico o romance é hoje em dia unanimemente considerado um dos grandes clássicos da literatura mundial. A edição da Guerra e Paz restitui a versão original, tal como D.H. Lawrence a queria publicar.
Depois de ter publicado O Que Fazem as Mulheres, de Camilo Castelo Branco, Os Maias e A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, a Guerra e Paz volta aos clássicos portugueses com Os Lusíadas, numa nova edição com fixação de texto (ou seja, com atualização ortográfica) de Helder Guégués. Esta edição, que não é “para pôr nas estantes”, mas “para ler”, inclui mais de mil notas de rodapés que explicam os termos mais difíceis e sinopses de todos os cantos. Tudo para ajudar o leitor a entrar mais facilmente no texto.
No dia 4 de março, a Quetzal irá editar o conto As Memórias de Shakespeare, do argentino Jorge Luís Borges. A fazer-lhe companhia nas estantes das livrarias estará o novo romance de J. Rentes de Carvalho, O Meças. Este conta a história de António Roque, um homem atormentado por imagens do passado que acabam por o transformar num monstro. A meio do mês, a editora irá publicar ainda A Jovem Noiva, do ator e escritor italiano Alessandro Baricco.
“O Meças é um romance sobra a maldade — e sobre Portugal transfigurado numa história ‘no mundo rural’, longe das cidades, dos círculos ‘bem colocados’ e cosmopolitas, da hipocrisia e do esquecimento”, disse sobre a obra o escritor Francisco José Viegas.
Na Porto Editora, o mês de março será dedicado aos policiais, com o regresso de Lars Kepler e Michael Connelly. De Kepler, pseudónimo do casal de escritores Alexander e Alexandra Ahndoril, será publicado a 3 de março Stalker, um romance sobre um assassino em série que aterroriza as ruas de Estocolmo. De Connelly, será editado Os Deuses da Culpa, um romance de ambiente judicial. Connelly é um dos nomes incontornáveis da literatura policial moderna. Ou, se quisermos acreditar nas palavras de Stephen King, é o melhor escritor de policiais da atualidade.
Na Livros do Brasil, março será de Ernest Hemingway. No próximo mês, serão reeditados dois títulos do Prémio Nobel da Literatura — Por Quem os Sinos Dobram, um dos romances mais famosos sobre a Guerra Civil espanhola (e o primeiro do escritor a ser editado pela Livros do Brasil), e As Torrentes da Primavera seguido de Um Gato à Chuva e Outros Contos, que inclui o primeiro romance publicado por Hemingway.
A editora Tinta-da-China irá começar o mês de março com o lançamento de Ver no Escuro, um livro de poesia de Cláudia R. Sampaio. No mesmo dia, sairá mais um título da popular coleção de narrativas de viagens. Sibéria, do francês Olivier Rolin, fala sobre rios gigantes, desertos gelados, taiga sem limites e temperaturas extremas — a dureza da paisagem siberiana onde o autor descobriu, nas suas próprias palavras, “o velho termo solidão”.
Na coleção de ficção, a Tinta-da-China irá reeditar E Se Eu Gostasse Muito de Morrer, o primeiro romance de Rui Cardoso Martins. Pela Teorema, sairá A Mulher, de Meg Wolitzer, autora de Os Interessantes, publicado em português pela mesma editora em 2014. A Mulher, publicado originalmente em 2003, conta a história de Joan Castleman que, no conforto da cabina de primeira classe de um avião, a 35 mil pés de altitude, decide deixar o marido.
No final do mês, a Porto Editora irá lançar um novo livro de inéditos de Herberto Helder com poemas reunidos pela viúva do escritor a partir dos seus cadernos. Letra Aberta pretende ser “uma primeira abordagem à riquíssima ‘oficina’ a partir da qual Herberto foi construindo o seu ‘poema contínuo'”, referiu a Porto Editora num comunicado emitido a 12 de fevereiro. O título do novo lançamento já constava nos manuscritos do Helder, que morreu a 23 de março do ano passado. Letra Aberta chega às livrarias exatamente um ano depois da morte do poeta.
De modo a assinalar os dez anos de vida, a Guerra e Paz iniciou em janeiro a publicação de três manifestos. Depois de O Manifesto Comunista, de Friedrich Engels e Karl Marx, a editora irá editar já no dia 2 de março Mein Kampf (A Minha Luta), de Adolf Hitler. Apesar de originalmente agendado para fevereiro, a publicação da obra teve de ser adiada para março, devido a atrasos na tradução.
A edição, rica em imagens, inclui uma introdução histórica da ascensão, poder e crime do nazismo, de Manuel Fonseca, editor da Guerra e Paz, que procura contextualizar a obra e explicar a sua influência em alguns dos episódios mais marcantes do século XX. Em novembro, a editora E-Primatur também publicou uma tradução em português da obra de Adolf Hitler, com um prefácio de António Costa Pinto.
Em março, a Antígona irá publicar Uma Apologia do Ócio/A Conversa e os Conservadores, dois ensaios de Robert Louis Stevensen que “nos convencem de que o ócio e a conversa merecem figurar como artes maiores, a cultivar, na vida do homem”. Pela mesma editora irá ainda sair A Armadilha Daech. O Estado Islâmico ou o Retorno da História, de Pierre-Jean Luizard, investigador francês do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Recuando ao período colonial e à presença otomana, Luizard traçou uma análise lúcida sobre os efeitos duradouros do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
A 15 de março, sairá pela Dom Quixote Uma Outra Memória — A escrita, Portugal e os camaradas dos sonhos, de Manuel Alegre, que reúne textos dispersos, de natureza variada, que o poeta tem vindo a escrever. “Um livro que é uma longa declaração de amor. À escrita, aos amigos, a Portugal e à língua portuguesa”, refere a editora. O livro inclui ainda o último discurso de Alegre na Assembleia da República.
No mesmo dia, a Dom Quixote irá também editar a biografia Norton de Matos. Escrita por José Norton, sobrinho-neto do general, o lançamento da obra coincide com os 100 anos da entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial. E por falar em biografias, pela Assírio e Alvim sairá Montaigne, de Stefan Zweig.
Na Tinta-da-China, sairá a 11 de março a Cooperação e Solidariedade: Uma História da Economia Social, de Álvaro Garrido. Partindo das ideias, utopias e práticas da economia social na Europa, Álvaro Garrido esclarece o contexto português e traça o seu percurso desde o século XIX ao pós-25 de Abril.
Com a chancela da Texto (do Grupo Leya), será publicado a 8 de março Afetos — Presidenciais 2016, de Rui Ochoa, um livro de fotografias que retrata a campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.