O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu esta sexta-feira que não existe nenhum problema de incompatibilidade ou de ética na contratação da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque pela Arrow, “uma empresa com prestígio em Londres”. “Acho que não devíamos criar casos onde não existe nenhum problema de incompatibilidade, nem nenhum problema de ética. A forma como a questão está a ser usada é para fazer chicana política e acho que devia haver limite para estas coisas”, alegou.
No final de uma visita à empresa EuroRalex, no concelho de Carregal do Sal, Pedro Passos Coelho sublinhou que não é qualquer pessoa que recebe um convite para trabalhar numa empresa de prestígio em Londres. “Julgo que ela pode sentir-se orgulhosa do seu valor ser reconhecido por uma empresa importante, que atua em mercados externo e que normalmente só recruta gente com prestígio e valor”, acrescentou.
Passos Coelho frisou que Maria Luís é “uma pessoa não só com muito prestigio e capacidade, como uma pessoa moralmente muito forte, à qual ninguém apontar qualquer problema de natureza ética ou moral”. “E essa circunstância permite-me dizer que ela está candidatável a qualquer lugar na política portuguesa ou num futuro governo português”, sublinhou.
Aos jornalistas, o líder do PSD destacou que Maria Luís Albuquerque “foi uma excelente ministra das Finanças e é uma pessoa com muito nível e categoria”. “Foi convidada para uma empresa que não atua diretamente sequer em Portugal, não negoceia com bancos em Portugal. Há outras empresas que o fazem e o fizeram, mas a doutora Maria Luís Albuquerque não está a trabalhar com essas empresas: está a trabalhar com uma empresa cotada em Londres e não intervém diretamente no mercado português”, evidenciou.
Passos Coelho lamentou a posição de quem tem vindo a terreiro apontar o dedo a Maria Luís Albuquerque, aconselhando-os a pensar duas vezes. “Entristece-me muito que os que aparecem nestes casos a deitar pedras e a fazer acusações infundadas não pensem bem duas vezes na posição que eles próprios têm e já vimos de tudo – gente que já esteve em governos anteriores, governos regionais… Já vi gente muito ligeira a pronunciar-se sobre matérias sobre as quais elas próprias deviam pensar duas vezes se a posição não legal mas ética que assumiram não seria mais discutível”, sustentou.
No seu entender, Maria Luís Albuquerque “não infringiu a lei” e “não há nada na aceitação do convite que lhe foi dirigido que infrinja a lei”. “Não há nada na lei que impeça esta matéria, não há do ponto de vista ético nada que se lhe possa apontar. As pessoas estão proibidas um dia, depois de sair do Governo, de poderem trabalhar?”