Íñigo Errejón não está contente com o rumo do Podemos. O número 2 desapareceu durante alguns dias da praça pública após o afastamento do número 3 do partido, Sergio Pascual, um homem que lhe era próximo, conta o El País. O mesmo diário espanhol na altura falou em “golpe de Iglesias”. Agora discute-se em Espanha se Errejón estará a preparar o assalto à liderança do Podemos.

O afastamento de Pascual não caiu nada bem na ala de Errejón, que terá rotulado essa manobra de tique muito próprio da esquerda tradicional, hierárquica e vertical. Errejón quer um partido transversal, aberto e plural. Errejón e Iglesias estiveram juntos na quarta-feira para preparar a reunião do líder do partido com Pedro Sánchez, o homem forte do PSOE, para formar governo.

A crise interna no Podemos terá ganho dimensão com a onda de dimensões em Madrid. Os dirigentes que se demitiram foram Olga Albasolo, Loreto Arenillas, Jazmín Beirak, Sarah Bienzobas, César Mendoza, Pablo Padilla, Leticia Sánchez e Clara Serra, deputada autonómica e responsável pela área de Igualdade do Podemos, contou o Observador na altura, neste artigo. “Devido à deriva deste órgão durante os últimos tempos, e a precipitação dos últimos acontecimentos, considerámos que a nossa tarefa aqui chegou ao fim”, podia ler-se no documento publicado pelos demissionários.

Mas há mais. Haverá também um choque ideológico dentro do partido, que resulta do passado dos dois colaboradores mais próximos de Iglesias, Rafael Mayoral e Irene Montero, que aterraram ali provenientes do Partido Comunista de Espanha. Segundo o El País, um deputado revelou que Errejón e companhia querem evitar que o Podemos se transforme num “PCE 2.0”.

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