O Governo tem a expectativa de que os corpos dos 12 portugueses mortos num acidente em França, na quinta-feira, possam ser libertados na terça-feira, para ser trasladados para Portugal, tendo para isso disponibilizado um avião da Força Aérea.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, disse acreditar que, na próxima terça-feira, dia 29, de manhã, possa haver condições para as famílias trazerem os corpos das vítimas para Portugal. Nesse sentido, José Luís Carneiro anunciou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Defesa disponibilizaram-se para “garantir o transporte conjunto das famílias para Portugal”.

“Em princípio não irá ser necessário, na medida em que as famílias de onze das vítimas entenderam desenvolver as suas próprias diligências junto das agências funerárias, para transportar os seus familiares para as respetivas localidades, freguesias e municípios, de onde são oriundos”, adiantou o secretário de Estado.

José Luís Carneiro explicou que a documentação necessária para a trasladação dos corpos deverá estar concluída até terça-feira, já que, na segunda-feira, é feriado em França e os serviços administrativos estão encerrados.

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O secretário de Estado adiantou que vai para Lyon na segunda-feira à tarde, para, “de uma forma mais próxima dos serviços consulares, e também mais próxima das famílias, acompanhar todas as diligências que têm vindo a ser desenvolvidas e aquelas que terão de se desenvolver, até à trasladação dos corpos”.

“Por outro lado, há um conjunto de documentação que tem a ver com as autoridades municipais, as autoridades sanitárias e com as nossas autoridades consulares, que terão de ser emitidas até terça-feira, porque, na segunda-feira, é feriado em toda a França”, apontou.

Em relação ao facto de onze famílias terem optado por prescindir do transporte oferecido pelo Governo, José Luís Carneiro explicou que essa opção teve a ver com o facto de terem encontrado uma forma mais adequada, através de agências funerárias.

“Porque essas entidades também acabam por tratar de muitos procedimentos administrativos, nomeadamente o reembolso das despesas, e, portanto, fizeram essa opção, que nós respeitamos integralmente”, disse o governante. Em relação à décima segunda família, o secretário de Estado adiantou que ainda não há qualquer decisão definitiva e que o Governo continua a desenvolver diligências de contacto consular e a acompanhar a respetiva família.

José Luís Carneiro revelou também que o condutor da carrinha envolvida no acidente e o dono da viatura — sobrinho e tio — estão a ter apoio psiquiátrico numa unidade hospitalar em França. “Não recebem visitas e após terem alta médica serão ouvidos pelas autoridades policiais em sede de inquérito que visa apurar as circunstâncias e as responsabilidades em que ocorreu este acidente”, adiantou, acrescentando não saber quando é que poderão ter alta.

Questionado sobre se haverá algum tipo de investigação por parte das autoridades portuguesas, o secretário de Estado disse que essa é uma questão sobre a qual só se irá pronunciar, depois de concluídas as diligências ao nível de inquérito. “Neste momento não nos compete pronunciar-nos sobre um assunto que não é do nosso foro e da nossa jurisdição”, rematou.