O Presidente da República deixou esta terça-feira elogios ao ministro da Saúde pelo “ambiente de pacificação” no setor, onde diz que “de forma suave se vai fazendo o consenso”. Numa visita ao Hospital de Vila Franca de Xira, Marcelo Rebelo de Sousa chegou mesmo a dizer que “seria muito bom” que o ambiente de “fácil consenso” na saúde possa ser estendido a outros domínios e que acredita que o “clima mais descrispado” será importante para a discussão do Plano Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade.
Estes dois documentos serão apresentados pelo Governo nos próximos dias e o PS já fez saber que é importante que se chegue a um consenso com o maior partido da oposição sobre a estratégia do país a médio prazo, que virá inscrita no Plano e no Programa.
“Seria muito bom que fosse nascendo o consenso que permita depois alargar para a segurança social e outros domínios”, disse o chefe de Estado durante a visita a um dos exemplos de gestão em regime de parceria público privada no país. Foi ali que elogiou Adalberto Campos Fernandes, dizendo que a “gestão atual do ministro da Saúde tem ajudado”, na medida em que este tem, de acordo com Marcelo, “procurado um ambiente de pacificação”. Mas o Presidente também diz que considera esta uma área onde “é fácil chegar ao consenso”, acreditando mesmo que “sem grandes pactos, de forma suave, vai-se fazendo o consenso”.
A palavra foi repetida pelo chefe de Estado, que visitou a unidade hospitalar durante a manhã e que, para fintar as perguntas dos jornalistas sobre temas paralelos à saúde, se queixou de que “um dos problemas que existe hoje é que se fala de economia e finanças – e é bom que se fale – mas fala-se pouco nos temas sociais”. Mas ainda deu uma nota sobre o “clima mais descrispado e mais sereno na política portuguesa” e repetiu a ideia deixada na comunicação sobre o Orçamento do Estado, que “o país precisa de viver fora da polémica das campanhas eleitorais”. Um ambiente que, mesmo assim, o chefe de Estado acredita que “nas últimas semanas” foi “menos crispado” na política e deu mesmo como exemplo as negociações para o Orçamento.
O tom do Presidente manteve-se alinhado com o do Governo também sobre o único tema à margem da visita de que aceitou falar: a prisão efetiva de 17 ativistas angolanos. “Subscrevo o que foi a posição do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que é esperar que num Estado de direito democrático haja uma tramitação normal dos processos judiciais”.