O diretor de Educação do Comando da Instrução e Doutrina do Chefe do Estado-Maior do Exército admitiu esta terça-feira no Parlamento que existiu um caso de coação sexual no Colégio Militar que resultou na abertura de um processo disciplinar. A aclaração do termo “afetos”, que afinal significa assédio e coação sexual, segundo explicou na audição, levou à reação mais exaltada de Isabel Moreira, deputada do Partido Socialista.

A deputada defendeu que se os tais afetos se tratam de coação sexual, então estamos perante “um crime”, que deveria ter sido comunicado ou investigado. Isabel Moreira disse ter ficado muito preocupada com a resposta do Major-General Fernando Joaquim Cóias Ferreira. “Coação sexual não é só uma falta regulamentar de um colégio, é um crime. É grave.”

O Major-General Fernando Joaquim Cóias Ferreira revelou que “nenhum aluno saiu do colégio por ter manifestado a sua orientação sexual”. E disse mais: “O aluno não foi excluído por um simples afeto, foi excluído porque houve uma situação de assédio sexual. São falhas muito graves no regulamento. Foi sujeito a processo disciplinar”, informa. O mesmo processo não chegou a deliberar nada, pois os pais do aluno se terão antecipado e decidido retirá-lo da instituição.

O diretor de Educação do Comando da Instrução e Doutrina do Chefe do Estado-Maior do Exército acusou ainda o Observador, que deu esta história depois de uma entrevista ao subdiretor do Colégio Militar, de “artifício jornalístico”, levantando dúvidas ainda sobre as “condições em que foi efetuada a entrevista”.

O Observador disponibiliza por isso o áudio da entrevista ao Tenente Coronel António Grilo, subdiretor do Colégio Militar:

https://soundcloud.com/observadorpt/alunos-homossexuais-sao-excluidos

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