O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou esta segunda-feira que “não há nenhuma razão” para Portugal ser sancionado pela União Europeia, afirmando que o partido “não alinha em lutas” contra as instituições europeias.

“Não há nenhuma razão pelo passado para falar em sanções (…). A questão das eventuais sanções a Portugal é uma falsa questão”, disse Pedro Passos Coelho, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

Para o líder do PSD, a questão em causa, que diz respeito ao passado, “não tem nada a ver com um discurso que começa a germinar dentro da maioria que apoia este Governo, que é um discurso antieuropeu”.

“Não contarão connosco com certeza para ser o bode expiatório das medidas que têm de apresentar e aprovar para convencer as entidades europeias de que o propósito do novo Governo, do país, é cumprir com as suas obrigações”, sublinhou.

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Passos Coelho sustentou que “Portugal não tem nenhuma razão para receber sanções pelo passado e pelo futuro só o terá se [o Governo] não vier a cumprir”, o que o partido espera que aconteça.

“Cabe ao Governo convencer as instituições europeias de que os propósitos que enunciou, seja para contas públicas seja para o ajustamento estrutural do país, é atingível, é alcançável”, disse.

Passos Coelho afirmou estar convencido de que se o Governo “não corrigir a trajetória” dificilmente cumprirá as metas do défice para este ano, e criticou o facto de António Costa não referir no congresso do PS uma única palavra sobre o desemprego.

“Foram destruídos quase 60 mil empregos [desde que o Governo tomou posse]. A situação social não pode estar a melhorar, portanto. Se há cada vez mais destruição de emprego as coisas não podem estar a correr bem. Espero que o Governo possa arrepiar caminho e ponderar o que se está a passar, que não é fruto do acaso, é uma consequência das decisões que tem vindo a ser tomadas do lado da maioria”, frisou.

Sobre os consensos que o primeiro-ministro pediu no domingo, o social-democrata destacou que é importante um “largo consenso” relativamente a uma proposta sobre a reforma da Segurança Social, que será debatida no parlamento na quarta-feira.

“Quanto a consensos, apresentámos uma proposta que exige um largo consenso”, disse, “não é portanto uma conversa sobre consensos no vazio. Veremos se o governo está empenhado ou não nesse consenso”.

O líder do PSD sublinhou ainda uma ausência de debate no Congresso do PS sobre a situação económica e social do país.

“Estar a fazer uma avaliação sobre a situação do país e não falar sobre a situação económica e social do país é passar assim um bocadinho ao lado da realidade”, afirmou.