Já ouviu falar do Watson? E de computação cognitiva? Pronto, nós explicamos: trata-se de um sistema informático desenvolvido pela multinacional IBM e que, em traços muito gerais, é capaz de aprender (daí chamar-se cognitivo) e de tomar decisões com base em enormes quantidades de informação.
Convenhamos que, para quem acompanha a atualidade tecnológica, o Watson não é propriamente uma novidade. Só no Observador já falámos dele aqui, aqui e aqui — e até já publicámos uma reportagem em vídeo sobre o assunto. Mas, esta terça-feira, voltámos a ter novidades dele. Mais propriamente em Lisboa, na Estufa Fria, onde a IBM demonstrou um robô alimentado pelas capacidades desta tecnologia.
Chama-se NAO, fala em inglês e é o parente mais próximo do “Connie”, um outro robô desenvolvido pela empresa e programado para ser rececionista em hotéis. O NAO é um bocadinho diferente. No palco, os jornalistas e participantes do evento Business Connect puderam ver o robô a interagir com Michelle Unger, general manager da IBM Cognitive Solutions.
À medida que Unger lhe foi colocando questões, o NAO respondeu e fez piadas pelo meio. Sabia exatamente quem ali estava, com base nos registos da IBM sobre quem tinha sido convidado para o evento. A demonstração culminou com Unger a pedir informações sobre Lisboa e a ouvir, vindo do robô, um autêntico guia turístico para uma tarde bem passada na capital portuguesa.
Veja o momento em que o NAO mostrou saber exatamente quem estava na plateia à sua frente (em inglês) — “13% são diretores executivos”, começou por descrever o robô:
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A “nova era cognitiva”
“O Watson aprende e não esquece.” A frase é de António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, e foi dita no discurso de abertura do Business Connect 2016, um evento organizado pela empresa e dedicado “às novas tendências tecnológicas” — e onde foi feita a demonstração do robô NAO. “Em todo o lado vemos sensores” e tecnologias a recolherem dados, disse o presidente.
Mas “80% desses dados, dados não estruturados, estão ocultos”, garantiu. É nesse sentido que surge a aposta da IBM no Watson. A atividade da empresa assenta no fundamento de que tirar partido dessa informação traduz-se em “vantagem competitiva”. Isso vai “diferenciar as organizações”, defendeu Raposo de Lima. “O digital tornou-se, para nós, o diminutivo da transformação”, explicou também.
Disse ainda que a computação entra agora na “nova era cognitiva” e que “o IBM Watson é o expoente máximo desta nova era”, sendo “um sistema que fala, entende linguagem natural”. Já Michelle Unger, que demonstrou o robô em palco, também concordou com isso: “Isto é crítico: a computação está a entrar numa nova era cognitiva. E está a permitir coisas que dantes não eram possíveis”, concluiu.