“Não vamos apoiar a investidura de [Mariano] Rajoy, nem nos vamos abster”, disse Antonio Hernando, porta-voz do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), citado pelo jornal espanhol El País.

“Cabe a Rajoy dar o primeiro passo e não estamos dispostos a que seja o PSOE a ter a pressão”, disse Antonio Hernando. “Se Rajoy quiser falar, que fale com aqueles com quem tem afinidade ideológica.”

No próximo dia 9 de julho haverá comité federal do PSOE para discutir o futuro do partido. Se no domingo o partido ficou aliviado por não ter sido ultrapassado pelo Podemos Unidos, agora terá de se preocupar com a perda de cinco deputados, em relação à votação de dezembro. Outra preocupação é o aumento do número de deputados conseguido pelo PP.

O comité federal também servirá para definir uma posição em relação ao possível governo de Rajoy — apoiar ou não apoiar –, uma posição que não é consensual. O presidente da Extremadura, Guillermo Fernández–Vara, diz: “Nada me apetece menos do que ajudar a quem causou tantos danos a este país, mas creio que seria mais danoso não ter governo”. O dirigente considera ainda que o PSOE não deve tentar formar governo.

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Pedro Sánchez, líder do PSOE, não pretende facilitar a vida ao PP e o número dois do partido, César Luena, já o assumiu publicamente: “Não vamos facilitar o governo de Rajoy, nem por ação, nem por omissão”. Mas César Luena lembra que a decisão final pertence aos órgãos do partido.

Rajoy quer formar governo até final de julho

Apesar da tomada de posição do PSOE, Mariano Rajoy líder do PP, quer estar a liderar um governo formado por si até ao final de julho mas não fecha porta às negociações, quer com os socialistas, quer com partidos nacionalistas moderados como o PNV ou o Coalición Canaria.

Rajoy afirmou estar disposto a “dialogar, falar e chegar a acordo porque “Espanha precisa já de um governo com apoio parlamentar forte, capaz de gerar confiança e força dentro e fora do país e com capacidade de realizar as reformas que ainda são necessárias e para trazer estabilidade à Europa”.