Nigel Farage, o líder do UKIP (Partido da Independência do Reino Unido) e uma das principais figuras da campanha pelo Brexit, anunciou esta segunda-feira que se demite da liderança do partido.

O dirigente partidário que também é deputado europeu diz que sente que já fez a sua parte e que não conseguiria fazer mais. O até agora líder do UKIP adiantou ainda que o Brexit não teria ganho o referendo sem o partido. Não obstante este anúncio, Farage manifestou a intenção de ficar no Parlamento Europeu até ao final do mandato.

“Sinto que fiz a minha parte”, afirmou Nigel Farage aos jornalistas em Londres esta segunda-feira. “O que eu disse na campanha é o que quero o meu país de volta. E estou a dizer agora que quero a minha vida de volta e isso vai começar já”. Farage afasta ainda a hipótese de recuar na sua demissão. “Posso prometer-vos que não vou mudar de opinião outra vez”.

O líder do UKIP já anunciou a sua demissão em 2015 depois de ter falhado a eleição para um cargo no parlamento britânico (câmara dos comuns), mas mudou de opinião dias depois. Nigel Farage, de 52 anos, lidera o partido mais eurocético desde 2006.

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Num comunicado divulgado esta segunda-feira, Farage sublinha que a “vitória do leave no referendo britânico significa que a minha ambição política foi alcançada. Vim dos negócios para esta luta porque queria que fossemos uma nação que se governa a si própria e não para fazer uma carreira política.” O UKIP, acrescenta, “está uma posição boa e vai continuar, com o meu apoio total, a atrair muitos eleitores.”

Farage vai permanecer deputado no Parlamento Europeu para manter a “pressão” sobre quem vier a ser o primeiro-ministro para assegurar que o Reino Unido sai do mercado único europeu e que a imigração é travada. “Precisamos de um primeiro-ministro que reconheça que temos as cartas do trunfo na mão”, disse.

Apesar de estar do lado dos vencedores, Farage demite-se tal como David Cameron, que foi a primeira vítima política do Brexit. Já Boris Johnson, outra figura de destaque na campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia, anunciou que não irá avançar para a liderança do Partido Conservador, cargo que o ainda primeiro-ministro deixa vago.