O ex-ministro da Educação Nuno Crato vai testemunhar pelos colégios privados, contra o Ministério pelo qual foi responsável nos últimos quatro anos. Crato promete colaborar com a justiça e diz que se trata de “um direito” dos colégios chamarem-no como testemunha nos processos relativos às ações que vão levar a tribunal contra a redução dos contratos de associação, decidida pelo atual Executivo.

A notícia consta da edição desta sexta-feira do Diário de Notícias, que confirmou a informação junto do ex-minstro que nao quis adiantar pormenores sobre o que dirá em tribunal.

A AEEP [Associação de Estabelecimentos do Ensino particular e Cooperativo) avisou-me de que me ia arrolar como testemunha. É um direito deles e eu colaborarei com a justiça e responderei a todas as perguntas do juiz”, disse Crato.

O representante do Movimento em Defesa da Escola Ponto, Manuel Bento diz ao jornal que também quer contar com os depoimentos, em tribunal, do antigo secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, e acredita que os ex-governantes vão dar um contributo a favor do argumento dos colégios privados nesta batalha contra o Governo. “Irão confirmar aquilo que todos sabemos”, acredita Manuel Bento.

Recorde-se que estas escolas alegam que foram autorizadas a abrir as mesma turmas em início de ciclo (5.º, 7.º e 10.º anos de escolaridade) que tinha aberto em 2015 e que essa regra seria válida por três anos — argumentando com os contratos assinados no tempo do anterior Governo. Mas o atual ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, decidiu não abrir novas turmas, garantindo apenas a continuidade dos alunos atuais até ao fim do ciclo.

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