O secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, afirmou hoje que a costa portuguesa pode ser um foco de problemas de segurança e que o país precisa de investimento forte na área do salvamento marítimo.

“É muito importante que os portugueses percebam que o investimento na nossa capacidade de salvamento marítimo é essencial se queremos ser verdadeiramente um país que volta ao mar”, afirmou Marcos Perestrello em Peniche, à margem da cerimónia de entrega de uma lancha semirrígida de média capacidade à Estação Salva Vidas local, sublinhando a responsabilidade do Estado na segurança da costa.

“O Estado português tem grandes responsabilidades enquanto estado costeiro”, sublinhou o secretário de Estado, lembrando que Portugal tem “um mar imenso, desejado por muita gente e que pode ser um foco de problemas de segurança”.

Para Marcos Perestrello voltar ao mar não pode ser “só retórica nos discursos” numa altura em que o país “ainda precisa de investimentos sérios na área do salvamento marítimo”, área em que o Governo pretende investir, nos próximos cinco anos, cerca de 10 milhões de euros “na modernização das Estações [salva-vidas] e na aquisição de novas lanchas, muitas delas construídas na base do Alfeite”.

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Um aposta passa também pela abertura de concursos para a integração de 68 novos tripulantes até 2018, a reorganização das atuais 31 Estações Salva-Vidas (através de um processo de fusão e relocalização, passando o país a contar com 27 destas estruturas) e pela publicação do novo estatuto de carreira dos profissionais de salvamento marítimo.

A lancha entregue hoje “permitirá melhorar a capacidade dos meios de salvaguarda da vida humana no mar e aumentar o conjunto de meios de média capacidade, que a Autoridade Marítima Nacional vem reforçando através do Instituto de Socorros a Náufragos”, vincou.

O secretário de Estado inaugurou ainda, na praia do Porto da Areia Norte, a primeira praia do país para cães, um projeto-piloto que vai ser avaliado até ao final do verão para averiguar a possibilidade de ser replicado noutros pontos do país.

“Cabe-nos a todos desenvolver uma cultura de tolerância e de sã convivência com os animais”, disse à Lusa, justificando o repto lançado à câmara de Peniche para a criação deste espaço, que contará com a colaboração da polícia marítima para garantir o cumprimento das regras.

“É muito aborrecido, no verão, as pessoas não poderem passear os seus animais na praia e procurou-se criar aqui um espaço para que as pessoas possam trazer o seu cão respeitando as regras de segurança”, entre as quais o uso de trela e a recolha dos dejetos.

A inauguração da praia, realizada ao final do dia de hoje, ficou marcada pelos protestos de cinco populares que criticaram a sua criação alegando questões de higiene.