Cada vez mais venezuelanos estão a virar-se para a moeda digital bitcoin para contornar os controlos de capitais e a desvalorização cambial que está a criar o caos na economia do país sul-americano. Com a inflação a ascender, em alguns casos, aos 700% (cálculo do FMI), alguns cidadãos estão a abandonar o bolivar e a tentar fazer negócios com bitcoin.

Segundo o site Bitcoin.com, um portal de informação dedicado à moeda digital, o recorde de transações que tinha sido batido na primeira semana de agosto acaba de ser superado, na segunda semana de agosto, por um valor ainda maior. Mudou de mãos o equivalente a 141 mil dólares em bitcoin na semana, acima dos cerca de 117 mil dólares da semana anterior.

Eis como tem evoluído a negociação de bitcoins nos últimos anos, medida em bolívares.

bolivar

Fonte: Bitcoin.com

A bitcoin é uma moeda descentralizada e global: descentralizada porque não é regulada por nenhuma entidade oficial; global porque é usada em praticamente todo o mundo — e se é a primeira vez que está a ouvir falar dela, temos dois trabalhos aprofundados sobre o tema, aqui e aqui. A quantidade de bitcoins (também chamada de oferta, ou supply) é controlada de forma automática por milhares de computadores em todo o mundo, programados para tal.

Com uma recessão profunda na economia e o governo a contribuir para a desvalorização do bolivar, a moeda digital bitcoin está a revelar-se a alternativa para alguns venezuelanos. Foram criadas três bolsas eletrónicas de bitcoin — a SurBitcoin, a Yabit e a Cryptobuyer — e os adeptos da moeda digital apontam o caso venezuelano como um exemplo de como a bitcoin pode ser a solução “quando os governos não fazem nada para ajudar as populações” e para ajudar as pessoas a “tirar as economias da recessão”.

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