O FBI (polícia federal norte-americana) e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos estão a investigar possíveis ligações norte-americanas com um suposto esquema de corrupção que envolve o antigo Presidente da Ucrânia Victor Ianukovich.

De acordo com a rede de televisão CNN, citando fontes daqueles dois órgãos da justiça, entre os investigados pelas autoridades dos Estados Unidos estão o antigo diretor de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, e o irmão do diretor de campanha de Hillary Clinton, Tony Podesta.

O jornal The New York Times revelou esta semana que Manafort aparece numa lista de pagamentos mantida pelo partido de Ianukovich (Partido das Regiões), um aliado de Moscovo.

Segundo o jornal nova-iorquino, o ex-chefe da campanha de Trump, que trabalhou como assessor de Ianukovich, teria recebido 12,7 milhões de dólares em dinheiro entre 2007 e 2012.

No entanto, as fontes citadas pela CNN asseguram que nem Manafort nem a sua empresa são o foco da investigação, que também procura irregularidades em outras empresas de consultoria, como a Podesta.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em resposta ao jornal de Nova Iorque, Manafort esclareceu que todos os pagamentos recebidos durante o seu trabalho na Ucrânia foram para “toda a equipa política: pessoal de campanha (local e internacional), pesquisas e investigação, integridade eleitoral, anúncios de televisão”.

Além disso, nega que o pagamento tenha sido em numerário.

O Grupo Podesta, por seu lado, informou hoje ter contratado uma equipa de advogados para examinar o caso.

O processo do FBI está vinculado às investigações que as autoridades ucranianas (pró-europeias) realizam sobre as finanças de Ianokovich, cujo Governo deposto — em fevereiro de 2014 – estava imerso num padrão generalizado de corrupção.

Os opositores de Trump (candidato republicano às eleições presidenciais norte-americanas) aproveitaram o papel que Manafort tinha na sua campanha para elaborar suposições sobre uma possível interferência da Rússia e do seu Presidente, Vladimir Putin, nas eleições norte-americanas.

Entretanto, Trump tem repetidamente demonstrado sua simpatia e admiração pelo Presidente russo.