Luís Buchinho regressou, esta segunda-feira, à Semana de Moda de Paris para apresentar novas propostas para a primavera/verão 2017. Para variar, o criador não se inspirou em peças de puzzle que encaixam perfeitamente uma nas outras mas nos componentes e engrenagens de máquinas tipográficas. Culpe as fotografias a preto e branco dos anos 60 que o criador português guarda numa prateleira em casa mesmo ao lado do puzzle que inspirou a anterior coleção outono/inverno 2016-17. “São coisas que, mais dia ou menos dia, sei que vou usar como inspiração”, diz ao Observador minutos depois do desfile no Palais de Tokyo, em Paris.
As fotografias, que recolheu de um alfarrabista, foi tudo o que precisou para começar a criar os estampados gráficos que caracterizam tão bem a mulher Luís Buchinho. Desenhou os mecanismos (e numeradoras) das máquinas tipográficas e fez das cores primárias as suas grandes aliadas. Usou branco nos vestidos largos que imitam túnicas, roxo nos macacões que parecem fatos de treino e preto nos saltos altos que fazem lembrar ténis. Uma influência claramente desportiva — sem abandonar a silhueta feminina — que vem responder aos pedidos dos compradores da marca.
O verão é cada vez mais casual e, quando os clientes investem numa roupa de verão, querem que essa peça seja transversal. Tem de ser fácil de transportar e tem de dar para usar de dia com uns ténis ou de noite com saltos altos e quem sabe uns brincos ou um colar para uma ocasião mais sofisticada”, explica o criador português.
Um tipo de roupa repleta de tecidos plissados e amarrotados, com a qual pode viajar sem se preocupar em passar a ferro. “Os materiais como o linho elástico e malhas duplas de algodão também ajudam a criar uma atmosfera desportiva sem deixar de ser uma coleção sexy”, promete Luís Buchinho. Prova disso são os micro vestidos, as mini saias, os ombros destapados e os decotes profundos q.b. que desfilaram no espaço YOYO, sob o olhar atento da direção criativa Dsection Creative. E assim encerraram, com o pé direito, o roteiro internacional do projeto Portugal Fashion que viajou para Nova Iorque, Londres e Milão.
Depois de marcar presença em Milão na feira White e pisar a passerelle parisiense, Luís Buchinho regressa a casa onde talvez guarde a próxima inspiração para o outono/inverno 17-18, numa prateleira escondida. “Tenho cada vez mais dificuldade em explicar como me surgem as ideias para as coleções porque são imagens muito gráficas e visuais”, revela. A boa notícia é que no meio de esboços e protótipos de coordenados, o criador português ainda irá marcar presença na edição nacional do Portugal Fashion (que acontece no Porto) já no dia 15 de outubro pelas 12h.
O Observador viajou para Paris a convite do Portugal Fashion.