Que Portugal ia ganhar novos restaurantes com estrela Michelin não era difícil de prever. Essa possibilidade foi avançada aqui no Observador neste artigo, onde se enumeraram possíveis candidatos ao galardão, por ordem de probabilidade. Agora, de forma algo inesperada — tendo em conta o secretismo habitualmente associado ao tema — veio a confirmação oficial.
Num encontro com jornalistas espanhóis, o diretor de relações externas e a diretora comercial do Guia Michelin, respetivamente Ángel Pardo e Mayte Carreño, citados pelo El Diario, deixaram antever um resultado muito melhor que qualquer previsão: Portugal irá “duplicar” as estrelas, num ano que se prevê “bombástico” para estas bandas.
2017 será um grande ano para Espanha e um ano bombástico para Portugal”, disse Pardo num encontro com jornalistas espanhóis.
Façamos então contas: se Portugal tem onze restaurantes com uma estrela e três com duas estrelas, facilmente se ultrapassarão as duas dezenas de restaurantes distinguidos pela marca de pneumáticos, uma marca impensável há poucos anos. Isto apesar de não ter ficado claro, pelas declarações de Pardo e Carreño, se essa duplicação se referia ao número de estrelas ou ao número de restaurantes com estrela.
No meio das boas notícias, uma menos boa: a esperança de Ocean e Belcanto em atingir a terceira estrela — a distinção máxima do Guia — não será concretizada: os mesmos responsáveis afirmaram que em Portugal, ao contrário de Espanha, não haverá nenhum novo três estrelas Michelin.
Ainda assim, Carreño sublinhou ainda que 2017 vai ser “um ano muito bom para Portugal e Espanha, o melhor desde há vários anos, com estrelas muito repartidas e com a constatação que a alta gastronomia não se desenrola só em destinos já consolidados”. Resta agora saber quem serão os contemplados. Mas isso só na noite de 23 de novembro.