O diagnóstico
Já não é novidade para quase ninguém: os utilizadores dos transportes públicos em Lisboa estão a desesperar com o estado dos serviços.
No metro são frequentes as “perturbações na circulação”, que originam longos tempos de espera e fazem com que os comboios estejam constantemente lotados (e não ajuda que a Linha Verde funcione, há alguns anos, apenas com três carruagens). Os motivos que levam os utilizadores deste meio de transporte a apresentar queixas mostram que há também outros problemas por resolver. Nos primeiros seis meses do ano, das 4.576 reclamações que a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) recebeu, 878 diziam respeito ao Metro de Lisboa. O Metro do Porto, por exemplo, só foi alvo de 55 denúncias. A maioria das queixas incidiu sobre as avarias nas escadas rolantes e nos elevadores (14%), sobre o valor das coimas por andar sem bilhete (7%) e sobre a falta de informação nas estações (5%). O incumprimento de horários é apenas o nono tópico que mais queixas motiva (4%).
Tantos problemas devem-se, sobretudo, e segundo a administração do metro, aos constrangimentos orçamentais a que a empresa esteve sujeita durante a vigência do programa da troika e à não contratação de novos funcionários apesar de a rede se ter expandido. Recentemente, o presidente do Metro de Lisboa admitiu que 19 carruagens estavam avariadas e que só no final deste ano é que a situação poderia estar mais normalizada.
O transporte em autocarros também não sai bem na fotografia. Além da AMT, também a DECO recebe reclamações neste campo. Desde fevereiro, altura em que lançou o site Queixas dos Transportes, a associação já recebeu 2.524 pedidos de intervenção jurídica para reclamar do estado dos serviços. Lisboa é a cidade que teve mais reclamações (1029) e o transporte rodoviário lidera o ranking. Os atrasos, a diminuição da frequência ou supressão de carreiras, a higiene e conservação e o sistema de bilhetes são os assuntos mais reclamados.
As promessas (de 2013)
A gestão dos transportes públicos da capital (ainda) não é uma competência da Câmara Municipal de Lisboa. A autarquia reclama, já há vários anos, um papel mais ativo neste campo — como provam os objetivos inscritos no programa de governo municipal de 2013.
Municipalizar a gestão dos transportes públicos
Alargar o número de faixas bus
Estudar a criação de duas linhas de elétrico na parte alta da cidade (Ameixoeira e Benfica) e na zona ocidental (entre o Restelo e Alcântara)
Aumentar o número de táxis e autocarros elétricos
O que dizem os lisboetas
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