O presidente turco advertiu, este sábado, as milícias xiitas que afirmaram ter lançado uma ofensiva para recuperar a cidade iraquiana de Tal Afar ao autoproclamado Estado Islâmico para não visarem as populações turcomanas na zona, adiantou a AFP.
“Se [as unidades paramilitares] Hachd al-Chaabi semearem lá o terror, a nossa resposta será diferente”, alertou Recep Tayyip Erdogan, citado pela agência noticiosa governamental Anadolu, sem precisar que medidas seriam tomadas caso fossem necessárias.
Os combatentes das unidades de mobilização popular (Hachd al-Chaabi), uma coligação de milícias xiitas apoiadas pelo Irão, anunciaram este sábado ter lançado uma ofensiva a partir de Mossul contra a cidade de Tal Afar, controlada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
A localidade, que conta com uma considerável população turcomana, encontra-se num eixo vital para o EI, que liga Raqa, o seu reduto na Síria, ao bastião iraquiano, Mossul, alvo de uma vasta ofensiva lançada pelo Governo do Iraque com o objetivo de reconquistar a cidade ao grupo extremista.
O presidente Erdogan garantiu que as informações de que dispõe não lhe permitem confirmar um movimento das milícias xiitas contra Tal Afar, mas afirmou que, de qualquer maneira, a Turquia não veria tal coisa “de forma favorável”.
Depois do início da operação de reconquista de Mossul, a Turquia afirmou a sua oposição a qualquer participação nas operações das milícias xiitas, por considerar que existe um risco de conflito sectário.
As unidades paramilitares xiitas de mobilização popular (Hachd al-Chaabi) tinham sido pouco envolvidas, até agora, na batalha lançada a 17 de outubro pelas forças iraquianas para tomar Mossul, a segunda cidade do Iraque e último grande bastião do EI no país.
Mas a participação do Hachd al-Chaabi na ofensiva é uma fonte de tensões, uma vez que os curdos iraquianos e os sunitas não concordam com a sua participação na batalha. Contudo, as milícias xiitas já disseram que não pretendem entrar na cidade de Mossul, de maioria sunita.
Tal Afar era uma cidade predominantemente xiita antes de os extremistas sunitas do Estado Islâmico a terem conquistado em 2014.
