A tradição foi mais uma vez quebrada na Igreja Católica. O Papa Francisco, à frente do Vaticano há mais de três anos, abriu pela primeira vez as portas do Palácio Apostólio de Castel Gandolfo após ter transformado a típica residência papal de férias num museu. O palácio privado com mais de vinte divisões fica a 25 quilómetros de Roma, junto ao Lago Albano, e inclui uma biblioteca exclusiva, um estúdio, uma capela e um quarto simples.
Desde o século XVII que o Palácio Apostólico é o pouso oficial dos chefes da Igreja todos os verões. Durante a ocupação nazi, na II Guerra Mundial, as mulheres judias davam à luz no quarto simples enquanto eram protegidas pelo papa Pio XII. Foi nesse mesmo quarto que esse Papa morreu, bem como, mais tarde, o papa Paulo VI. Quanto ao atual chefe máximo da Igreja, o papa Francisco só esteve nesta fração do Castelo Gandalfo cinco vezes, mas nunca pernoitou por lá. Nada de novo entre Papas: dos 33 que tiveram oportunidade de passar pelo Palácio Apostólico, apenas 15 ficaram para descansar mais do que umas horas.
Um dos Papas que mais apostou no palácio foi João Paulo II, que mandou construir uma piscina e foi apanhado por fotógrafos a desfrutar dela em fato de banho. Em 2014, o Papa Francisco tinha permitido passeios pelo jardim do Palácio: os fiéis puderam conhecer a quinta orgânica cheia de abelhas, vacas, galinhas e galos em estado livre. Agora foi mais longe e transformou o palácio num museu que pode ser visitado por qualquer pessoa por 10 euros. Será assim por tempo indeterminado: só mesmo se outro Papa quiser fechar de novo as portas é que o Palácio Apostólico passa a ser privado outra vez.
Veja algumas imagens do palácio na fotogaleria.