A história da família Hill é uma série de raridades que culminou naquilo que Kate e Peter adjetivam de “pequenos milagres”, conta a BBC.

Há muito que o casal de Brisbane, na Austrália, tentava ter filhos, mas o sonho era travado por uma doença: Kate sofre de síndrome de ovários policísticos, um distúrbio endócrino que altera os níveis hormonais e leva à formação de quistos nos ovários. As mulheres que sofrem desta síndrome têm menstruações muito irregulares e podem mesmo deixar de ovular. No entanto, e contra todas as probabilidades, Kate engravidou. E fê-lo em grande: dez dias depois de ter concebido uma filha, ela voltou a engravidar de outra menina. Agora, os dois australianos são pais de gémeas concebidas em dias diferentes. É um fenómeno tão raro que os médicos australianos nem sequer tinham literatura suficiente para seguir o caso, explica o NY Daily News.

Os médicos tinham avisado o casal de que só muito dificilmente Kate, que estava a fazer um tratamento hormonal, poderia engravidar. Mas o insólito não termina aqui: é que depois da conceção que deu origem à primeira gravidez, o casal não voltou a ter relações sexuais. Isto significa que os espermatozoides depositados por Peter no corpo de Kate sobreviveram pelo menos dez dias, altura em que a mulher voltou a ovular e um dos espermatozoides o fecundou. O óvulo fecundado conseguiu implantar-se no útero de Kate e assim a mulher engravidou já depois de estar grávida.

O facto de Kate ter ovulado enquanto estava grávida é outro fenómeno raro: por norma, assim que um bebé começa a crescer no útero, o corpo adapta-se para que não volte a ovular durante os nove meses de gestação. Não foi o que aconteceu com Kate, que ovulou mais uma vez depois de ter engravidado, permitindo uma nova fecundação e uma segunda gravidez.

As duas meninas – Charlotte e Olivia – nasceram há dez meses com tamanhos e um desenvolvimento durante a gravidez diferentes. Ambas são saudáveis e são agora o rosto da superfetação, a condição de uma mulher que engravida de um bebé enquanto já está grávida de outro. Há apenas dez casos documentos de superfetação no mundo.

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