A manifestação dos funcionários públicos marcada para esta sexta-feira, em Lisboa, deverá encerrar vários serviços nos setores da educação ou da justiça “como é normal”, disse a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública.

Vão encerrar muitos serviços, mas é uma coisa normal em todas as manifestações da administração pública. Encerram muitas escolas, às vezes encerram tribunais e repartições de Finanças”, enumerou a dirigente sobre os efeitos da manifestação, que decorrerá entre o Marquês de Pombal e o Parlamento.

Com o protesto, que deverá juntar milhares de pessoas, a Frente Comum pretende reivindicar alterações no Orçamento de Estado para 2017, cuja aprovação está agendada para o próximo dia 29.

Fica da parte do Governo a responsabilidade de, dentro das competências que tem, ter a sensibilidade suficiente para perceber que os trabalhadores da administração pública quiseram mudar mesmo e que percebem as dificuldades, mas não percebem a forma como estão a ser tratados”, afirmou.

Em conferência de imprensa, Ana Avoila manifestou-se confiante que até ao dia 29 “possa haver alguma forma de resolver” algumas reivindicações da função pública, como aumentos salariais, 35 horas para todos os trabalhadores e carreiras descongeladas.

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A dirigente enumerou algumas “reversões” que o atual Governo efetuou, mas sublinhou ser “preciso ir mais longe, num setor que sofreu tudo o que sofreu o privado, mais um conjunto de coisas”.

“Achamos que está na hora, que é possível ir mais longe e há espaço no Orçamento de Estado para alterar”, argumentou Ana Avoila, ressalvando que, apesar de não ser alheia à “pressão nomeadamente de Bruxelas, as coisas não podem continuar assim”.

Temos oito mil milhões de dívida para pagar contra quatro mil milhões para investimento. O rumo das políticas não está a ser desviado daquilo que vinha sendo”, disse.

A sindicalista notou os “apontamentos, que são bons, de um maior crescimento, mais por via do turismo”, mas considerou que são insuficientes para resolver os problemas nacionais.

Ana Avoila referiu como soluções a necessidade da “alteração profunda” de normas como o tratado orçamental, assim como de cortes nos “grande benefícios aos grupos económicos e financeiros” e em maiores taxas sobre fortunas.