A medida afecta cerca de 1 milhão de veículos dos 2,4 milhões registados na província de Barcelona: a partir de 2020, os automóveis diesel produzidos antes de 2006 e os veículos a gasolina fabricados antes de 2000 não podem circular nas vias desta cidade espanhola.
Apesar de a interdição estar prevista apenas para 2020, a verdade é que antes disso os veículos em causa podem já ver-se impedidos de circular. Isto porque, a partir já do próximo ano, sempre que os níveis de NOx – os famosos óxidos de azoto, ou de nitrogénio – excedam as margens de segurança, pode ser activada a primeira fase do protocolo para defesa da qualidade do ar, classificada como “aviso preventivo”. Neste caso, proíbe-se de imediato a circulação dos veículos mais poluentes, sendo que o estacionamento na Zona de Baixas Emissões passa a estar limitado apenas aos residentes e o transporte público de acesso à cidade é reforçado.
Embora entre em vigor já em 2017, a proibição em pleno só se efectivará em 2020. Até lá, há todo um trabalho a fazer pela Direcção-Geral de Transportes (DGT) espanhola, que terá de triar o parque automóvel, classificando os modelos em função das suas emissões. Os veículos que não tiverem direito à vinheta da DGT serão considerados “poluidores” e, como tal, vêem-se impedidos de circular na designada Zona de Baixas Emissões – compreendida entre a Ronda Litoral (B-10) e a Ronda de Dalt (B-20).
Estima-se que esta medida afecte entre 40 e 60% do parque automóvel circulante da cidade. A fiscalização também será apertada, nomeadamente através do recurso a meios de controlo fotográfico com identificador de matrícula, para facilitar a detecção dos prevaricadores e a aplicação de multas.
Segundo o Diario Motor, estas acções estão previstas no chamado Programa de Medidas contra a Contaminação do Ar (na íntegra aqui), que acaba de ser apresentado pela autarquia de Barcelona, no sentido de conter a emissão de poluentes. O objectivo é reduzir os níveis de NOx e as partículas finas em suspensão, que aumentaram no último ano 11% e 13%, respectivamente.
Em contrapartida, o programa agora apresentado por Ada Colau prevê o investimento na rede de transportes públicos e um esquema de incentivos ao abate de veículos poluentes.