O escritor peruano e prémio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa considerou no domingo “muito pouco provável” que o regime cubano sobreviva à morte do “ditador” Fidel Castro, o líder da revolução da ilha caribenha. No decurso de uma conferência de imprensa no salão do livro de Guadalajara, no México, Vargas Llosa, que não esconde a sua oposição ao regime cubano, considerou mesmo que as “estruturas de domínio e controlo vão começar lentamente a abrir brechas” após a morte de Fidel Castro na sexta-feira em Havana, aos 90 anos.
“Esperemos que esse processo seja rápido e, sobretudo, que decorra calmamente, que não envolva mais violência que aquela que o povo cubano já sofreu”, disse Vargas Llosa. De acordo com o escritor, de 80 anos, parece “muito pouco provável que o regime sobreviva ao desaparecimento do ditador, porque era ele que tornava o sistema mais ou menos imóvel e impedindo-o de evoluir”.
Entusiasta apoiante da revolução cubana nos seus primórdios, Vargas Llosa mostrou-se progressivamente desiludido pela sua evolução, antes de se tornar num dos seus mais acérrimos críticos. No passado também criticou com veemência o já falecido escritor colombiano Gabriel García Márquez, também laureado com o Nobel da Literatura, pela amizade que este manifestava a Fidel Castro.