Ferreira Gullar morreu na manhã deste domingo, por volta das 11 horas locais, no Hospital Copa D’Or, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O poeta e dramaturgo brasileiro tinha 86 anos e estava internado devido a complicações pulmonares, avança a imprensa brasileira. Ainda não se conhecem os pormenores da cerimónia fúnebre.

O presidente brasileiro Michel Temer disse no Twitter que o poeta deixa “um vazio imenso na literatura nacional”, e que o mundo perdeu “um poeta de primeira grandeza”.

Gullar é um dos principais nomes da poesia brasileira. Em 2010, foi distinguido com o Prémio Camões, atribuído pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e contemplado com o título de Doutor Honoris Causa na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quatro anos depois foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

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Em 2002, foi indicado para o Prémio Nobel da Literatura, mas não chegou a vencer. E cinco anos depois venceu o Prémio Jabuti para melhor obra de ficção do ano, com o livro “Resmungos”. Foi o “Poema Sujo”, escrito em 1975 e publicado no ano seguinte, que marcou a sua ascensão na comunidade intelectual brasileira. Tinha 45 anos e estava exilado na Argentina quando o escreveu.

Leu-o depois numa reunião de amigos exilados na Argentina, onde também estava o poeta Vinicius de Moraes, recupera o Época. Desde que foi publicado que se tornou numa das obras-primas da poesia brasileira.

Ferreira Gullar era o pseudónimo de José Ribamar Ferreira, que nasceu a 10 de setembro de 1930, em São Luís, Maranhão, cidade onde permaneceu até 1951, ano em que se mudou para o Rio de Janeiro. Militante comunista, era considerado o maior poeta vivo brasileiro. Na cidade natal, já foi decretado um luto de três dias.

Em 1968, em plena ditadura militar, foi preso juntamente com Paulo Francis, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Na década de 1970, exilou-se, tendo vivido na União Soviética, na Argentina e no Chile, recupera o Globo. Voltou ao Brasil em 1977, onde foi preso, mas libertado 72 horas depois.

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