Se és aluno e estás no 3.º ciclo ou no ensino secundário. Se é pai e tem filhos em vias de frequentar estes anos de escolaridade. Se é diretor de escola ou professor e considera prestigiante e importante que a sua escola esteja “bem classificada”. Se se insere num destes grupos, ou é simplesmente curioso, vai querer espreitar o ranking das escolas elaborado, pela primeira vez, pelo Observador, em parceria com a Nova School of Business and Economics (Nova SBE). E se assim é, ajudamos-lhe a entender melhor como foi construída esta lista, bem como as informações a que pode aceder.
Logo para começar é preciso que fique claro que este ranking das escolas Observador/Nova SBE não lhe diz quais são as melhores e as piores escolas, mas antes quais as escolas que melhor e pior pontuaram nos exames nacionais no ano letivo 2015/16. E mesmo assim não encontrará aqui todas as escolas, porque quer para os rankings gerais do 9.º, quer para os do 12.º ano, foi considerado um limiar mínimo de 20 alunos por escola.
Este critério de seleção fez com que no 9.º ano fossem apenas consideradas as escolas com um número mínimo de 40 provas — uma vez que cada aluno faz dois exames (português e matemática) –, num total de 1.105 escolas, deixando de fora 113 que tinham menos de 20 alunos internos. O ranking no caso do 9.º ano é feito pela nota média, em percentagem, nos exames e não pela nota de 1 a 5, por se considerar mais rigoroso o primeiro dado.
Já no ensino secundário foi considerado um limiar mínimo de 80 exames, pois há alunos do 11.º e do 12.º ano a fazer exames e cada aluno deve fazer dois exames e cada um dos anos. Foram assim selecionadas 547 escolas de um total de 624 escolas no país.
Para efeito de cálculo de ranking geral por escola, no caso do 9.º ano foram considerados os exames de português e matemática feitos pelos alunos internos em 1ª fase e, no caso do 12.º ano, foram consideradas as nove disciplinas com mais provas realizadas na primeira fase e apenas pelos alunos internos: Português, Matemática A, Física e Química A, Biologia e Geologia A, História A, Filosofia, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Economia A e Geometria Descritiva A. E embora não tivesse sido considerada no cálculo da média, também poderá pesquisar a média das escolas a Desenho A, que é a cadeira formação específica obrigatória de Artes Visuais. Nas escolas em que não aparece a média de algum exame específico é porque para esse exame há menos de 20 provas realizadas.
Isto significa que a escola que aparece em 1.º lugar no é a escola, do conjunto de escolas com um mínimo de 20 alunos, que melhor classificação média externa (em exames) obteve na 1ª fase, considerando apenas as notas dos alunos internos – que frequentaram as aulas no ano letivo 2015/16 — e nas provas selecionadas.
Poderá simplesmente fazer uma pesquisa pelo nome da escola, ou então pesquisar por concelho, por tipologia (pública ou privada), ou ainda por disciplina.
Se não fizer qualquer pesquisa, é-lhe apresentada uma lista completa com todas as escolas onde lhe é dito em que posição está a escola no ranking geral, em que concelho se insere, se é pública ou privada (diferença marcada pela cor do sombreado), qual a média que obteve nos exames nacionais (Média) e qual a média das notas internas (Interna) — que são as notas que resultam da avaliação contínua.
Pode ainda obter mais informação sobre cada uma das escolas, clicando em cima do nome da escola. Aí encontrará uma ficha com informação da posição no ranking geral, a média obtida no conjunto dos exames, a média interna, o número de provas realizadas, e as médias obtidas nos quatro exames com mais provas realizadas (Biologia/Geologia, Física/Química, Matemática e Português), bem como as médias das notas internas nessas disciplinas.
No caso das escolas públicas do continente poderá ainda ter acesso a dados de contexto do agrupamento de escolas a que cada escola pertence, que são importantes na avaliação que é feita sobre a escola, pois vários estudos têm mostrado que alunos de meios socioeconómicos mais favorecidos têm melhor desempenho escolar. Assim, poderá saber qual a percentagem de alunos com ação social escolar, a percentagem de chumbos, a percentagem de professores dos quadros, e a média de anos de escolaridade dos pais. Estes dados são relativos ao ano letivo 2014/15.
E, por último, é-lhe ainda dito em que posição está a respetiva escola no ranking da promoção do sucesso escolar. Este é um indicador que este ano foi disponibilizado também para o ensino secundário (no ano passado só havia para o 9.º ano). Por sucesso escolar entende-se um percurso em que um aluno passa no 7.º e 8.º anos e obtém positiva nos exames de português e matemática de 9.º ou que passa no 10.º e no 11.º anos e obtém positiva nos dois exames nacionais de 12.º ano.
Este indicador (que tem em conta o último triénio) valoriza o sucesso durante todo o percurso no 3.º ciclo ou no secundário, combina a avaliação interna e a externa e não premeia a retenção.
Este último ranking foi construído tendo em conta as diferenças entre a taxa de percursos diretos de sucesso de uma escola com a média nacional (média calculada para os colegas do país com um nível de desempenho semelhante à chegada ao 7.º ou ao 10.º anos). Quem mais se distancia pela positiva da média está no topo do ranking da promoção do sucesso escolar e quem mais se distancia pela negativa cai para o fundo deste ranking. Quer dizer que é uma escola que contribui menos para o sucesso dos seus alunos.
De referir ainda que, por ser o primeiro ano em que o Observador, em parceria com a Nova SBE, constrói o ranking, não é possível tirar conclusões quanto à evolução dos colégios privados e escolas públicas, nem sequer tendo em conta os rankings elaborados por outros jornais ou pela Lusa no passado, uma vez que os critérios pré-estabelecidos são diferentes de uns meios para outros. Se o Observador usa como critério um mínimo de 80 provas, outros estabelecem as 50, outros 100, e por aí fora.