Pelo menos 41 pessoas morreram nas últimas 24 horas na cidade siberiana de Irkutsk depois de ingerir loção de banho, à base de álcool metílico e flores, como se fosse um licor, informaram, esta segunda-feira, as autoridades russas.
“Até ao momento, descobriu-se que pelo menos 57 pessoas beberam o líquido tóxico, 41 uma destas morreram”, declarou o procurador local Stanislav Zubovski, citado pelos meios de comunicação russos, atualizando o número de mortos.
O responsável acrescentou que este balanço de mortos pode aumentar, já que ainda não foram concluídas as investigações para determinar o círculo de pessoas que ingeriram a loção, assim como encontrar os seus domicílios.
Diante da gravidade da situação, o autarca de Irkutsk , Dmitri Berdnikov, declarou, esta segunda-feira, estado de emergência na cidade e anunciou a proibição provisória da venda de todo tipo de líquidos que contenham álcool, menos as bebidas alcoólicas certificadas.
O comité de instrução da Rússia instaurou um processo penal por intoxicação coletiva e ordenou a apreensão do produto, que na sua etiqueta indica claramente que é somente para uso externo.
Os mortos são homens e mulheres entre 35 e 50 anos e residiam no bairro Novo-Lenin de Irkutsk. A maioria acabou por morrer nos hospitais locais, mas algumas das vítimas morreram em suas casas.
O primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, ordenou o endurecimento do controlo da comercialização de todos os produtos que contenham álcool.
Os meios de comunicação e especialistas russos sublinharam que com a grave crise económica que a Rússia vive, desde 2014, os russos têm menores rendimentos e não conseguem comprar bebidas alcoólicas certificadas.
Diante deste cenário, a população consome líquidos que contenham álcool, como colónias, loções, limpa vidros, entre outros.
Isto aumenta o número de intoxicações mortais, especialmente nas épocas festivas como o Natal, quando dispara o consumo de álcool.
Esta prática era muito comum no final da União Soviética e durante os primeiros anos da era pós-soviética, quando o país vivia uma profunda crise que o quase levou ao colapso.