Ex-espiões britânicos que agora trabalham como consultores do setor privado são os autores do relatório explosivo sobre as ligações à Rússia do Presidente norte-americano eleito, Donald Trump, noticiou esta quarta-feira o Wall Street Journal (WSJ).

O relatório, segundo o qual Moscovo conspirou durante anos para estabelecer relações com Trump e tem vídeos chocantes com cenas de sexo que o envolvem, teve origem na empresa Orbis Business Intelligence, sediada em Londres, revelou o diário norte-americano.

O documento de 35 páginas, que Trump classificou como “uma impostura” e “informação falsa”, foi escrito pelo diretor da Orbis, Christopher Steele, indicou o WSJ, precisando que ele e o seu codiretor, Christopher Burrows, são ambos ex-agentes dos serviços secretos britânicos, segundo fontes próximas.

A imprensa norte-americana noticiou que o relatório foi elaborado por um antigo elemento do MI-6, os serviços secretos externos do Reino Unido, e revela que os serviços de informações russos, dirigidos pelo Presidente Vladimir Putin, tentaram apoiar Trump e prejudicar a sua adversária, Hillary Clinton, nas eleições presidenciais de novembro passado.

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De acordo com o documento, a campanha de Trump manteve contacto regular com autoridades e operacionais russos, e Moscovo tem provas incriminatórias sobre o multimilionário nova-iorquino que podem ser usadas para o chantagear.

Não foi apresentado qualquer conteúdo de tais provas, mas os serviços de informações norte-americanos concluíram, da investigação que eles mesmos efetuaram, que Putin deu ordens para uma campanha de apoio a Trump contra Hillary.

Uma parte do relatório em que se diz que Michael Cohen, advogado de Trump, se encontrou com os russos foi veementemente negada pela equipa do Presidente eleito. Cohen disse na terça-feira que nunca viajou para a Rússia ou para Praga, como se afirma no documento.

A imprensa norte-americana noticiou na terça-feira que o relatório da Orbis foi entregue aos serviços de informações dos Estados Unidos no ano passado e, depois de ser investigado, serviu de base a uma adenda de duas páginas ao documento entregue na passada sexta-feira pelos responsáveis desses serviços a Trump acerca de um relatório secreto sobre uma ingerência da Rússia nas eleições presidenciais.

Desconhece-se até agora que partes do relatório da Orbis figuram no resumo de duas páginas do diretor dos serviços de informações norte-americanos.