A poucos dias de abandonar a Casa Branca, não faltam ofertas de trabalho a Barack Obama. Antes do Spotify sequer “sonhar” em colocar Obama no cargo de “Presidente de Playlists”, já uma startup portuguesa convidava o presidente dos Estados Unidos (EUA) a juntar-se a ela. O Observador falou com um dos fundadores da powerUpp, Ricardo Paiágua, para saber tudo.
Paiágua assegura que a startup portuguesa foi a primeira a querer contratar Obama. A ideia era simples: ou investiam milhões de euros em marketing ou procuravam um “desempregado” com piada e inteligente para lhe oferecer emprego. “Nós fomos os primeiros. Há dois anos quando ninguém sabia de nós, já tínhamos tudo planeado.” Em outubro do ano passado, a powerUpp partilhou a mensagem que enviou, por email, ao presidente norte-americano e fez questão de lhe criar logo um email profissional:
Olá, senhor Presidente!
Sabemos que vai de férias por um tempo. Mas temos uma vaga para si logo que esteja de regresso. O seu novo endereço de email é: barack@powerupp.co.Ps. Há uma grande probabilidade de se sentir 30 anos mais jovem.
Mais tarde, em resposta ao anúncio do Spotify, a empresa portuguesa reforçou o convite admitindo-se adepta e praticante do “Yes, We Can!” de Obama.
Caro Barack Obama,
Sabemos que os bons elementos têm muitos olhos postos em cima e sabíamos que este dia poderia chegar.
Tem as características essenciais para trabalhar na powerUpp e temos a certeza que, após oito anos na na presidência dos Estados Unidos, este é o desafio ideal para si.
Aqui acreditamos no valor das pessoas – mais do que nos seus diplomas – e queremos fazer sobressair esse valor no meio profissional.
Também somos adeptos e praticantes do “Yes, We Can!”. Aqui, nada é impossível. Por isso, sabemos que nos vamos dar bem.
O Mundo ainda precisa de si e queremos que continue a dar o seu contributo através da powerUpp.
E aqui também ouvimos boa música!
Já criamos o seu endereço de email: barack@powerupp.co. Aguardamos ansiosamente novo contacto.
Os primeiros a lutar por Obama
Os esforços da equipa para contratar Obama são visíveis. Mas porquê o presidente dos Estados Unidos?
Claramente Obama é alguém com quem nos identificamos muito!
Ricardo garante que a powerUpp segue os mesmos valores que Barack Obama: diferença (foi o 1º presidente negro dos EUA), atitude (“Yes, We Can”), integridade (com o programa Obamacare) e transparência (Obama parece verdadeiro e humilde).
A powerUpp já enviou cerca de 200 emails à Casa Branca, além de publicações no Facebook, com a oferta de trabalho a Barack Obama. “A vida é insistência e simplicidade” defende Ricardo Paiágua, que acredita que Obama lhes vai responder. E Donald Trump? Também teria lugar na startup? “Depende. Primeiro Obama, depois ele decide se o contrata…”. O fundador da startup admite que esta foi uma estratégia de marketing e que o feedback das pessoas manifestou-se no comentário “de vocês já espero tudo”.
A powerUpp e os seus projetos
A startup foi criada em 2015 — por Mário Costa, Ricardo Paiágua e Pedro Bento — e está a preparar o lançamento de uma aplicação, com o mesmo nome, dedicada ao mundo do trabalho e às relações profissionais. Uma rede social profissional que garante maior “veracidade da informação” do que o Linkedin, onde qualquer pessoa pode recomendar outra sem a conhecer.
Quando alguém quiser uma referência de alguém vai à powerUpp, quando alguém quiser ir um restaurante que tenha o melhor cozinheiro de ‘francesinha’ vai à powerUpp.
A app estará pronta em setembro e a powerUpp prepara um lançamento “e peras”: vai pedir esmola em Wall Street, não dinheiro mas registos para a aplicação, esperando “conquistar o mundo”.
A powerUpp, através da uppOut — agência de conceitos –, é conhecida pelas suas ações, originais, de marketing. Durante o Euro 2016 — em que Portugal se sagrou campeão da Europa — a equipa lançou a campanha “Dar a Cara a Portugal” que foi um verdadeiro sucesso. A ideia era juntar as fotografias de cerca de 250.000 portugueses e formar a bandeira portuguesa com elas. A bandeira foi feita e a startup levou-a até ao centro de estágio da seleção portuguesa, em França. Depois, a bandeira foi “convidada” a estar presente no Palácio de Belém para a receção dos jogadores. Para a Web Summit levaram uma sanita para descarregar criatividade.
Texto editado por Filomena Martins