As primeiras estimativas quanto ao número de pessoas em protesto contra Donald Trump nas principais cidades dos Estados Unidos começam a chegar: em Washington estarão mais de meio milhão de pessoas, e em Nova Iorque cerca de 250 mil, segundo números da organização de ambas as marchas. Fotografias aéreas mostram as ruas atapetadas de gente. A julgar pelas imagens captadas pela CNN, a Marcha das Mulheres teve uma adesão maior da população do que a tomada de posse de Donald Trump.
Photos taken at 12:15 p.m. ET each day show Trump's inauguration crowd vs. the #WomensMarch https://t.co/syj3kEAr2t pic.twitter.com/OG61rjQdqd
— CNN (@CNN) January 21, 2017
Começam também a surgir outros contributos que parecem comprovar que esta marcha foi de facto uma das maiores realizadas após uma tomada de posse na história do país.
It's OFFICIAL #WomensMarchOnWashington is biggest inaugural protest in HISTORY. Sorry Mr. Trump, THIS is what a populist movement looks like pic.twitter.com/mREzlQnUAy
— Randi Mayem Singer (@rmayemsinger) January 21, 2017
Um dos participantes pediu à aplicação Google Maps para traçar a distância entre a sua localização e o início da marcha: 20 minutos a pé.
If you want to see how massive the Women's March is, I'm standing at the back edge of the crowd, and I've marked the speaker's stage. pic.twitter.com/L47WgP2OuP
— Matt Pearce ???????????? (@mattdpearce) January 21, 2017
O New York Times tem um mapa das marchas que aconteceram em todo o mundo e outro em que assinala as que aconteceram nos Estados Unidos.
Mais gente andou hoje de metro em Washington do que no dia em que Barack Obama tomou posse pela segunda vez, diz a NBC.
Metro has seen more riders today than for former Pres. Barack Obama's second inauguration, Mark Segraves reports https://t.co/kJty18jC03
— NBC4 Washington (@nbcwashington) January 21, 2017
A Marcha das Mulheres em Washington já não vai até à Casa Branca. As ruas estão compactas de tanta gente, e a polícia receia pela segurança dos manifestantes.
" … they are not doing the normal parade route, there is too many people." https://t.co/t2ozETJdbg
— The Washington Post (@washingtonpost) January 21, 2017
Meio milhão de pessoas estarão neste momento a participar na Marcha das Mulheres na capital norte-americana, Washington, segundo diz a agência de notícias Associated Press, citando fontes da polícia.
Latest: Washington city official estimates turnout for Women's March at 500K – double the initial predictions. https://t.co/wLkwOjbPYL
— The Associated Press (@AP) January 21, 2017
Em Chicago, a polícia já tinha também impedido que as pessoas continuassem em movimento. Ou seja, o protesto continua, mas as pessoas ficam no mesmo local.
So many people came to Chicago's Women's March that organizers had to hold off on march, make it a rally instead https://t.co/0CcCQArLuq
— The Washington Post (@washingtonpost) January 21, 2017
Nova Iorque, Washington e Los Angeles são algumas das cidades onde a polícia está particularmente atenta à massa de pessoas que se “já se estão a espalhar por todas as ruas”, como disse Andrew Nieman da Polícia de Los Angeles mas também as ruas de Denver, por exemplo, se encheram de gente, como se vê no vídeo em baixo, do Denver Post.
O diário britânico The Guardian escreve que esta pode ser “uma das maiores marchas na história recente dos EUA”, e recorda que a organização do protesto afirmou que não se trata especificamente de um protesto anti-Trump, apesar da data escolhida. À marcha organizada em Washington juntam-se mais de 280 protestos organizados de forma independente em todos os estados dos EUA.
Além dos protestos organizados nos Estados Unidos, marcados logo para o início do dia, foram organizados protestos em dezenas de outros países, incluindo em Portugal. Durante as primeiras horas da tarde, mais de cem pessoas, maioritariamente mulheres mas também alguns homens, concentraram-se junto da Embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa, para protestar contra as posições do novo presidente, que consideram machistas.
“Não sejas Trump!”, “Parar o machismo, construir a igualdade”, “Por todas nós!”, “Não nos vamos calar!”, “Contra o ódio no poder!”, “O assédio é um tédio”, “Operação machista não!”, eram algumas das frases exibidas nos cartazes das pessoas que se concentraram em Lisboa, segundo informações transmitidas pela agência Lusa
A “Marcha das Mulheres” ganhou dimensão de movimento global e, segundo os organizadores, há pelo menos 161 protestos agendados em mais de 60 países dos sete continentes. Nos Estados Unidos, estão previstas mais de 350 manifestações.
Hillary Clinton, também já deu o seu contributo, através do Twitter. A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, que perdeu para Donald Trump, pede “Esperança e não medo”.
'Hope Not Fear'
Indeed.
And what a beautiful piece by Louisa Cannell. #womensmarch ????????????????????????????✨ pic.twitter.com/7h3Bzx79nB— Hillary Clinton (@HillaryClinton) January 21, 2017
Veja as imagens na fotogaleria acima e siga os acontecimentos neste artigo.
Portugal
Em Portugal, já começaram as concentrações para o protesto, associado à marcha mundial das mulheres. Algumas imagens nas redes sociais dão conta do início da concentração junto à embaixada dos EUA em Lisboa. Junto aos ainda poucos manifestantes está a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, que defendeu, em declarações à TVI24, que “a democracia está a encolher o seu espaço”, e que é preciso “resgatá-la a partir da sociedade civil. Este movimento é um belíssimo exemplo de como isso se faz”. Para a eurodeputada bloquista, “a mensagem de Donald Trump é muito clara a esse respeito, e nós temos de nos unir”. Atualmente, “não estamos num momento político normal, estamos a ter muitos retrocessos do ponto de vista dos direitos das mulheres”, defendeu.
Nina Simone is playing in the speakers at the Lisbon Women's March pic.twitter.com/Ha2nD7cDyv
— Fiona Zublin (@bear_foot) January 21, 2017
Small women's march gathering so far in Lisbon but some signs are up. pic.twitter.com/brVpfMWEjq
— Patricia Kowsmann (@kowsmann) January 21, 2017
A marcha em Washington
O início do evento está agendado para as 10h (15h na hora de Lisboa) mas a multidão já se começa a juntar em Washington, como mostram algumas imagens partilhadas na internet por quem está no local. Em Washington está o repórter João de Almeida Dias, do Observador. Para ver a transmissão, clique aqui.
The crowd is growing quickly. #WomensMarch pic.twitter.com/9W3Cws1iWX
— Michael Skolnik (@MichaelSkolnik) January 21, 2017
Entretanto a organização anunciou que a entrada para o local de concentração foi encerrado, e está a pedir às manifestantes que se dirijam para o protesto por locais alternativos.
ENTRANCE CLOSED!! 3rd street entrance is closed! Please enter north of 3rd street all the way up through 14th street.
— Women's March (@womensmarch) January 21, 2017
Os cartazes que vão ser exibidos durante a marcha:
https://twitter.com/Rachel18930/status/822787218850910208
Há mesmo aviões cheios de mulheres que se dirigem para a marcha:
Flights packed with Women’s March participants are cheering all the way to DC https://t.co/TNJSus9Byc pic.twitter.com/FhPp4DXJXN
— BuzzFeed (@BuzzFeed) January 21, 2017
A marcha em Nova Iorque
Nova Iorque é também uma das cidades onde é esperado um grande número de participantes.
Aqui, as fotografias do jornalista Sean Ludwig, que se encontra a acompanhar a Marcha, dão conta da enchente em algumas das principais artérias da cidade.
Thousands upon thousands on the streets for @WomensMarchNYC. #WomensMarch #WomensMarchNYC pic.twitter.com/C0soPdqjyF
— Sean Ludwig (@seanludwig) January 21, 2017
A família de Sandeep Junnarkar, diretor do programa de Jornalismo Interativo da CUNY, que se prepara para a Marcha com cartazes muito inteligentes. Da esquerda para a direita: “Isto nunca foi um vestido”, “As raparigas só querem … direitos humanos fundamentais”, e “As nossas costas contam histórias que nenhuma lombada de nenhum livro tem força para carregar”, uma citação de Rupi Kaur, uma poetisa feminista canadiana.
Proud of my daughters (and my wife) for standing up for their rights, and the rights of others, heading to #womensmarchnyc pic.twitter.com/724hoEtVDo
— Sandeep Junnarkar (@sandeep_NYC) January 21, 2017
Austrália e Nova Zelândia, os primeiros protestos
Cerca de 3 mil pessoas juntaram-se logo no início do dia em Sydney, para o primeiro protesto. Mais 5 mil pessoas em Melbourne e 2 mil na Nova Zelândia também marcharam esta manhã.
Women's March on Washington kicks off in Australia and New Zealand – 56 more countries expected to join https://t.co/bl0HGlz0AU #WomensMarch pic.twitter.com/ggxpCMoWaX
— Al Jazeera English (@AJEnglish) January 21, 2017
@caitrionambalfe In Melbourne, Australia earlier today!! Women's March. pic.twitter.com/EfZNnKWxTe
— Cherie Zanette (@CherieZanette) 21 January 2017
Mais fotos chegam da Austrália e da Nova Zelândia, onde também há muita gente nas ruas.
Solidarity from down under. Thousands join marches in Australia & New Zealand: https://t.co/0Sq47uGp2z #womensmarch #womensrights #dumptrump pic.twitter.com/2b4kCcD7TZ
— Mike Hudema (@MikeHudema) January 21, 2017
Protestos por toda a Europa
Londres:
https://twitter.com/womensmarchlon/status/822791064641830912
Paris:
Women's march 21-01-2017 #investituretrump #TrumpInauguration #Inauguration #notmypresident @paris pic.twitter.com/AYJD4DIJss
— Walid BERRAZEG (@wberrazeg) January 21, 2017
Roma:
Women’s March in Rome.
Even if Italy has a lot of problems, today I’m SO proud of my country!
❤???????????????? pic.twitter.com/OflasOXonm— m. (@jamiesfleurs) January 21, 2017
Berlim:
Solidarity with all protesting today. Here's the view from the Women's March Berlin… #womensmarch #womensmarchberlin pic.twitter.com/gANnpLoV4h
— Emma Jackson (@EmmakJackson) January 21, 2017
Milão:
Also the women in Milan join the #WomensMarch
Our place is in the resistance pic.twitter.com/4GFcvFK63J— carlotta (@lotticarlotta) January 21, 2017