No auge da polémica, e com os norte-americanos a protestarem junto aos aeroportos, Donald Trump não tem dúvidas de que a ordem executiva que assinou na sexta-feira, e que está a impedir muitos cidadãos (com visto de residência) de entrarem no país apenas por serem naturais de um país de maioria muçulmana, está a ser um sucesso.
“Está a funcionar muito bem. Vê-se nos aeroportos, vê-se por todo o lado”, disse o presidente norte-americano este sábado aos jornalistas durante uma breve cerimónia de assinatura de outros decretos na Sala Oval, na Casa Branca, acrescentando que não se trata de um “muslim ban” (uma proibição contra os muçulmanos).
Para Donald Trump o objetivo do decreto presidencial, que suspendeu durante 90 dias o programa de asilo e acolhimento de refugiados, impedindo qualquer cidadão proveniente de um país de maioria muçulmana de entrar nos EUA, é garantir as condições de “segurança” e combater a infiltração de “terroristas do Estado Islâmico” até que seja desenhado outro programa com regras mais apertadas.
A ideia de Trump é ter um sistema muito mais apertado de controlo nas fronteiras. “Vamos ter uma proibição muito, muito severa e vamos ter verificações completas, o que já devíamos ter neste país há muitos anos”, disse na mesma ocasião aos jornalistas.
A proibição de entrar no país não se aplica a pessoas com visto diplomático e oficial nem a funcionários da ONU e de outras instituições internacionais, mas afeta pessoas com autorização de residência nos Estados Unidos. O decreto impede a entrada de refugiados nos Estados Unidos por pelo menos 120 dias e impõe um apertado controlo às pessoas que tentem entrar nos EUA vindas do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Síria, Sudão e Iémen durante os próximos três meses.
Desde que assinou o decreto, na sexta-feira, têm-se multiplicado os casos de cidadãos oriundos daqueles países que estão a ser banidos e que ficam detidos nos aeroportos, sendo impedidos de entrar no país. As dúvidas sobre a legalidade da ordem executiva são muitas e já deram origem a processos judiciais contra o governo norte-americano. A onda de protestos contra alei anti-imigração e a favor do acolhimento dos refugiados está a ganhar peso nos EUA.