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Está nomeado para os Óscares, mas pode não ir por causa da proibição de Trump

Este artigo tem mais de 5 anos

Está nomeado para melhor filme estrangeiro mas realizador iraniano pode mesmo ser impedido de comparecer à cerimónia dos Óscares por causa de polémica ordem judicial anti-imigração de Donald Trump.

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Getty Images

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O filme de Asghar Farhadi, “O Vendedor (The Salesman)“, está nomeado para os Óscares na categoria de melhor filme estrangeiro mas o realizador iraniano pode não poder comparecer à cerimónia em Los Angeles no próximo dia 26 de fevereiro por causa da nova restrição de Donald Trump. A ordem executiva assinada esta sexta-feira pelo presidente dos EUA impede — pelo menos por um período de 90 dias — qualquer cidadão que seja natural de países de maioria muçulmana de entrar em território norte-americano. Tudo por questões de “segurança”, diz.

Ashgar Farhadi, que já ganhou em 2012 o Óscar de melhor filme estrangeiro pelo filme “A separação”, volta este ano a estar nomeado para a mesma categoria pelo thriller “O vendedor”. Quando Donald Trump venceu as eleições norte-americanas, o realizador disse, em declarações à Vox, que achava que “os seres humanos transcendiam a política”, mostrando preocupação pelos casos em que a política e a ideologia transcendem “o respeito pela humanidade”.

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Entretanto, a Academia já se pronunciou sobre a situação, através de um curto comunicado onde diz que é “profundamente problemático” que a equipa iraniana do filme O Vendedor possa vir a ser banida da cerimónia e do país “por causa da sua religião ou país de origem”. “A Academia celebra as conquistas na arte de fazer filmes, que procura transpor fronteiras e falar para uma audiência em todo o mundo, independentemente das suas diferenças de religião, ética ou nacionalidade”, lê-se.

No Twitter, o festival de cinema de Tribeca deu conta da possibilidade de o realizador ser banido da cerimónia dos Óscares (e de entrar no país), considerando a situação “triste e inaceitável”. Uma das atrizes principais daquele filme, a iraniana Taraneh Alidoosti, de resto, já anunciou que não vai à cerimónia dos Óscares em protesto pela ordem de Trump, que caracterizou de “racista”.

https://twitter.com/t_alidoosti/status/824578972637954048

Em causa está uma ordem executiva assinada esta sexta-feira por Donald Trump, que suspende por 90 dias o programa de asilo e de acolhimento de refugiados, impedindo a entrada de qualquer cidadão que seja natural dos países de maioria muçulmana (Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen), independentemente de terem ou não vistos válidos de residência. A ordem de Trump teve efeitos imediatos e começou logo a fazer-se sentir este sábado, impedindo dezenas de pessoas de entrar nos EUA, ficando por vezes retidos nos aeroportos.

As dúvidas sobre a legalidade da ordem executiva (que não tem a mesma força de uma lei ordinária) estão a motivar processos judiciais e a levar as pessoas à rua em protesto. Esta tarde, a zona exterior das chegadas do aeroporto de John F. Kennedy, em Nova Iorque, foi palco de uma manifestação contra a política anti-imigração de Trump, motivada pela detenção de dois iraquianos que serviram no exército norte-americano e que esta sexta-feira se viram impedidos de se juntar à família em Nova Iorque.

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