Não é novidade que a comida fast food não faz bem à saúde, ainda assim, o seu consumo não parece estar a diminuir. Agora, na sequência de um novo estudo, podemos acrescer mais um malefício deste tipo de alimentação: os papéis que as envolvem. Segundo conta a The Verge, as caixas e outros produtos em que este tipo de alimentos são embrulhados podem ter substâncias perigosas para a saúde que ‘migram’ para a comida que ingerimos.
Segundo o estudo, publicado na Environmental Science & Technology Letters, estes produtos de papel, que são muitas vezes utilizados para embrulhar alimentos como batatas fritas ou hambúrgueres, contêm produtos químicos que conseguem sobreviver ao calor e à gordura. Outro estudo paralelo confirmou que os químicos migram para a nossa comida, especialmente se esta estiver quente e for gordurosa.
Deste modo, os produtos químicos conseguem resistir tanto ao óleo como à água porque têm laços “muito fortes” com o flúor carbono. Este componente (polifluoroalcalinas) é muito utilizado em tapetes, móveis, canas de pesca, espuma de combate a incêndios ou até panelas anti aderentes. E o laço entre o flúor e o carbono é tão resistente que não se decompõe no meio ambiente. Segundo os testes realizados, o produto químico foi encontrado em todos os materiais recolhidos para análise.
Laurel Schaider, investigador do estudo, revela ainda que as análises feitas a pessoas que vivem perto da fábrica Dupont, e que beberam água contaminada com este tipo de ácido, podem desenvolver vários problemas de saúde, segundo as análises feitas:
- Doenças Cardiovasculares
- 21 tipos de cancro
- Problemas na gravidez, como abortos ou partos prematuros
- Doenças neurológicas
- Doenças respiratórias
- Doenças infecciosas e auto-imunes
- Diabetes do tipo 2
- Tiroide
- Doenças dos rins
- Doenças no fígado
- Artrite
A equipa que levou a cabo a investigação dos riscos dos papeis utilizados para embrulhar a comida fast food decidiu recolher 400 amostras em 27 restaurantes diferentes e em todas as amostras foram encontrados indícios do químico. A pesquisa foi realizada juntamente com uma equipa da Universidade de Notre Dame.
De acordo com este gráfico, todos os papeis analisados que estavam em contacto com comida tinham resíduos do flúor perigoso. Das 27 cadeias alimentares analisadas podemos salientar o McDonalds e a Starbucks.