Quem entrar no Centro de Medicina da Automação da Universidade do Michigan e olhar para os bonecos utilizados nos crash tests que por ali abundam, vai concluir que os dummies andam na farra depois das horas de serviço e passam a noite a beber cerveja e a comer um monte de hambúrgueres e batatas fritas. É que, logo à primeira vista, torna-se evidente que estes instrumentos de precisão estão muito mais gordos, tendo alguns deles duplicado e até triplicado o peso.

Os bonecos utilizados como ferramenta de análise nos acidentes com veículos, cujos sensores permitem determinar o nível de desaceleração a que um humano seria submetido se estivesse no seu lugar, não param de evoluir. Mas, até aqui, faziam-no recorrendo a sensores sofisticados – possuem cerca de uma centena, capazes de recolher informação 10 mil vezes por segundo –, revestimentos próximos da pele humana e uma capacidade de articulação tão similar quanto possível à do ser humano.

Como se esta evolução tecnológica não fosse suficiente, agora é pedido aos dummies que repliquem igualmente o ser humano na arte de ganhar peso e volume, especialmente ao nível da cintura. Já existiam bonecos para representar homens (mais pesados e altos) e mulheres (mais baixas e leves), além de crianças de várias idades, incluindo bebés. Eis que, em breve, vão surgir nos crash tests os gordos. Ou com excesso de peso, não vão os dummies ser demasiado sensíveis. E porquê? Porque a resistência dos bancos e respectivos cintos de segurança depende do peso e volume do corpo dos ocupantes, pelo que os bonecos, ao passarem dos habituais 77 kg para uns bem mais expressivos 122 kg, não fazem mais do que acompanhar a evolução das sociedades modernas.

E se os bonecos adultos já começaram a ganhar peso, a seguir vêm as crianças, que caminham igualmente nesta direcção. Para além disso, o centro de investigação do Michigan está a testar dummies “velhotes”, para representar idosos de 70 anos, cujos corpos suportam solicitações menos fortes, sobretudo ao nível do tórax e das articulações.

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