Chelsea Manning, a antiga militar transexual norte-americana que divulgou uma série de documentos militares confidenciais, vai ser libertada esta quarta-feira da prisão militar de Fort Leavenworth, nos Estados Unidos.

Chelsea, antes Bradley Manning, foi condenada a trinta e cinco anos de prisão por divulgar cerca de setecentos mil documentos militares e diplomáticos relacionados com as guerras no Afeganistão e no Iraque no site Wikileaks. Na informação divulgada, são denunciados abusos cometidos por militares norte-americanos nestes dois países.

Nos últimos dias do mandato, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acedeu à comutação da pena da antiga militar para somente sete anos, o que permitira a Manning sair em liberdade este mês.

Através da rede social Twitter, Chelsea Manning confirmou a libertação. “A liberdade era apenas um sonho, difícil de imaginar. E agora está aqui! Vocês mantêm-me viva”, escreveu.

Em comunicado enviado às redações, a Amnistia Internacional explica que a libertação de Manning “põe fim à provação cruel a que a ex-analista de dados do Exército foi vingativamente submetida por ter exposto informação classificada como secreta e que, simultaneamente, indicia crimes de guerra cometidos por militares norte-americanos.” Agora, reitera a Amnistia na mesma nota, ” tem de ser feita uma investigação independente às potenciais violações de direitos humanos que a antiga militar expôs e que têm de ser criadas e postas em prática proteções que garantam que ‘whistleblowers’ nunca mais são submetidos a um tratamento tão chocante.”

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