Numa altura em que as relações entre poder político e construtores automóveis não atravessam o seu melhor momento, devido às repercussões que já se aguardam no seguimento do Brexit, nova “bomba” promete agitar ainda mais o sector automóvel, no Reino Unido. O Partido Conservador, actualmente no poder e liderado pela primeira-ministra Theresa May, acaba de assumir como objectivo a erradicação de todos os automóveis com motores de combustão.

O anúncio foi feito através do manifesto eleitoral dado a conhecer pelo Partido Conservador, em que os Tories assumem o compromisso, perante o eleitorado, de vir a trabalhar no sentido de fazer com que a maioria dos automóveis a circular no Reino Unido deixem de emitir gases nocivos. Sendo que a própria Theresa May terá afirmado que o objectivo passa mesmo por tornar os motores zero emissões uma condição obrigatória para que qualquer modelo possa ser homologado no país. Ainda de acordo com o mesmo documento, a excepção serão apenas os veículos clássicos.

A medida agora divulgada vem ao encontro da vontade do país em reduzir as emissões provenientes dos veículos de motor a combustão, principalmente, depois do mais recente relatório ter dado a conhecer a fraca prestação do Reino Unido, em termos de emissões, quando comparado com a média europeia.

Liberal-Democratas mais radicais, Trabalhistas mais… conservadores

Mas se os Conservadores prometem medidas duras, os Liberal-Democratas contrapõem com um pacote legislativo ainda mais restritivo, no qual garantem, de forma taxativa, que acabarão com a venda de carros a gasóleo no Reino Unido, até 2025. Isto, claro está, caso venham a vencer as eleições.

Já o Partido Trabalhista foi, pelo menos até ao momento, o único a conter-se no anúncio de quaisquer medidas, afirmando apenas pretender envidar todos os esforços no sentido de encorajar a adopção de meios de transporte menos poluentes.

Recorde-se que as sondagens mais recentes apontam os Conservadores como a força política mais bem posicionada para vencer as eleições do próximo Verão. O que, a suceder, significará que o seu programa de redução das emissões poderá vir mesmo a ser implementado.

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