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É hora de arraial: estas são as Festas de Lisboa

Este artigo tem mais de 5 anos

A 1 de junho arrancam as Festas de Lisboa. O programa desta ano inclui muitas iniciativas que prometem encher a cidade de música. Fique a conhecer os arraiais que se vão espalhar pela capital.

As Festas de Lisboa realizam-se de 1 a 30 de junho, em todos os cantos da cidade
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As Festas de Lisboa realizam-se de 1 a 30 de junho, em todos os cantos da cidade

Júlio Lobo Pimentel / Global Imagens

As Festas de Lisboa realizam-se de 1 a 30 de junho, em todos os cantos da cidade

Júlio Lobo Pimentel / Global Imagens

No mês de junho, a cidade de Lisboa transforma-se numa grande festa para celebrar o santo favorito de todos os lisboetas — Santo António. Surge um arraial em cada esquina e o cheiro a sardinha assada invade as ruas. As marchas desfilam pela Avenida da Liberdade, a música entra pelas casas e há um manjerico em cada varanda. Este ano não será diferente e não faltarão iniciativas e eventos para manter os lisboetas entretidos em junho.

Lisboa é, em 2017, a Capital Ibero-americana da Cultura e, por essa razão, este ano o desafio passou por procurar “potenciar cruzamentos e descobertas mútuas, cujos efeitos sejam visíveis para lá do período delimitado no calendário”, explicou a EGEAC, organizadora das Festas de Lisboa no programa oficial. “Atentos à diversidade do universo latino-americano e das diásporas que residem em Lisboa”, a programação, “multidisciplinar e democrática”, procurou por isso fundir diferentes sons e realidades, sem nunca esquecer a verdadeira identidade das Festas de Lisboa.

Arraiais, manjericos e sardinhas assadas

Durante todo o mês de junho, as ruas, ruelas e pracetas de Lisboa vão encher-se com os típicos arraiais populares. Além dos bairros históricos, a iniciativa vai também estender-se a outras zonas da cidade, como os Olivais ou as Avenidas Novas, como tem vindo a acontecer em anos mais recentes. Até o Príncipe Real decidiu juntar-se à festa com O Arraial do Oliveira, a 23 de junho.

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A agenda de arraiais deste ano inclui ainda o 2.º Arraial Popular Solidário. Organizado pela APCL — Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa e pelo Agrupamento de Escuteiros de Telheiras, a iniciativa tem por objetivo a angariação de fundos para financiamento das atividades das duas instituições. Decorre de 2 a 3 de junho, em Telheiras.

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O Parque das Nações vai receber, entre 2 e 4 de junho, o Arraial dos Navegantes, e o Bairro da Graça, de 2 a 13 de junho, o Arraial Vila Berta. O Grande Arraial de Benfica decorre entre 22 a 25 de junho, na Alameda Padre Álvaro Proença. O cartaz conta com nomes como Quim Barreiros (22 de junho), D.A.MA. (23 de junho) e Sérgio Godinho (25 de junho).

No final do mês, a 24 de junho, vai decorrer a 21ª edição do Arraial Lisboa Pride. Organizado pela ILGA Portugal, o maior evento LGBTI em Portugal acontecerá, como de costume, na Praça do Comércio. A festa começa às 16h e prolonga-se noite dentro com DJs e concertos. A entrada é livre e aberta a todos.

Uma esmolinha e um programa só para o Santo Antoninho

A sardinha pode ter um grande protagonismo, mas a figura central das Festas de Lisboa é um dos santos da cidade — Santo António –, que este ano terá um programa exclusivo. Além da Trezena (uma série de orações em louvor do santo que antecipam a festa em seu nome), que se realizará, em diferentes horários na Igreja de Santo António (até ao dia 13 de junho), terá também início no dia 1 no auditório da associação intermunicipal UCCLA — União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa o colóquio Devoção de Santo António em Portugal e Brasil. O evento, que decorrerá até 2 de junho, tem entrada livre (a marcação deve ser feita previamente através do email msantoantonio@egeac.pt ou do número 218 860 447).

A 3 de junho abre ao público a exposição Culto a Santo António – Imagens Africanas no Museu de Santo António. Pelas 11h haverá uma visita guiada, a primeira de várias que o museu vai organizar ao longo do mês e que incluem, a 4 de junho, uma dedicada ao Santo António Milagreiro e, a 10 de junho, uma sobre as Tradições de Santo António, também às 11h.

No mesmo dia, será inaugurada mais uma exposição coletiva dos Tronos de Santo António, uma tradição muito antiga que a EGEAC decidiu recuperar com o lançamento de um passatempo em 2015. Os Tronos estarão expostos nas soleiras das portas (como manda a tradição) de vários bairros lisboetas entre os dias 3 e 4 de junho. Mas, se os participantes o desejarem, podem deixar o seu Santo Antóninho à porta durante todo o período de festas.

A tradição dos Tronos de Santo António foi retomada em 2015 pelo Museu de Santo António (FÁBIO PINTO / OBSERVADOR)

Os primeiros Tronos de Santo António surgiram no século XVIII como forma de pedir esmolas para a reconstrução da Igreja de Santo António, parcialmente destruída durante o Terramoto de 1755. A sua construção tornou-se rapidamente popular, principal junto dos mais pequenos, que durante o dia costumavam andar pelas ruas a pedir “mil reisinhos” para o santo, um costume que acabaria por se tornar no “tostão ao Santo António”.

Como não podia deixar de ser, 12 de junho será o dia dos Casamentos de Santo António, um dos eventos mais populares das Festas de Lisboa. Organizados pela Câmara Municipal, os casamentos atraem todos os anos centenas de pessoas à Sé de Lisboa para verem passar os noivos. Como de costume, serão transmitidos em direto na RTP. A cerimónia começa às 12.

Se prefere ver passar o Santo Antoninho, espero por dia 13 de junho. É nesse dia que decorre uma das tradições mais antigas das festividades lisboetas — a Procissão de Santo António. Com origens que remontam ao século XVI, a procissão sai da Igreja de Santo António às 17h, percorrendo algumas das mais antigas ruas de Lisboa.

A marcha é liiiiiiiinda!

Um dos momentos altos das Festas de Lisboa, as Marchas Populares acontecem, como de costume, no dia 12 de junho — o mesmo dia dos Casamentos de Santo António. O desfile começa às 21h, na Avenida da Liberdade, e este ano contará com a presença das Marchas do Castelo e de Belém, ausentes na edição anterior, e de representantes de outras regiões (Algarve, Leiria e Viseu).

No ano passado, a marcha vencedora foi a de Alfama. Em segundo e terceiro lugar ficaram a Penha de França e o Alto do Pina, respetivamente. À semelhança dos anos anteriores, o evento será transmitido em direto na RTP.

A 17 de junho, decorrerão as Marchas Infantis, iniciativa que pretende reforçar o interesse e conhecimento da herança do património e cultura de Lisboa. O desfile, que começa na Praça do Império, em Belém, com atuações individuais de cada um dos 17 grupos de marchantes, contará com a participação de 700 crianças das 14 juntas de freguesia lisboetas. Depois da apresentação, haverá uma atuação conjunta e um desfile no Jardim Viera Portuense, também em Belém.

Concertos e bailaricos

E porque as Festas de Lisboa não são as Festas de Lisboa sem música, a programação de 2017 inclui vários concertos e outras iniciativas que prometem por a cidade a dançar. No dia 3 de junho, a Orquestra Gulbenkian vai dar um concerto único à beira do Tejo, na Praça do Comércio, onde serão revisitadas obras de Villa-Lobos, Falla e Revueltas, entre outros. O espanhol Pablo Sáinz Villegas, considerado um dos mais proeminentes guitarristas da sua geração, irá interpretar o histórico Concerto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo. Esta é a primeira vez que Rodrigo, apelidado de “alma da guitarra espanhola”, toca com a orquestra portuguesa, que será dirigida pelo maestro Rui Pinheiro.

No ano em que Lisboa é Capital Capital Ibero-americana da Cultura, o programa festivo promete uma mistura entre a música portuguesa e ritmos mais quentes. A partir de 8 de junho, o Castelo de S. Jorge vai ser palco de uma série de concertos onde o fado se cruzará com o flamenco ou com o tango. No dia 8, subirão ao palco o Fado es Volver (fado e flamenco) e no, dia 9, Um Choro de Fado (fado e chorinho). No dia 10, será a vez dos El Gordo Triste (fado e tango). Todos os concertos são de entrada livre, mas é necessário levantar o bilhete previamente na bilheteira do castelo ou do Museu do Fado. Começa às 22h.

O Centro Cultural de Belém vai receber a maioria dos concertos do Festival de Coros de Verão, que decorre no final do mês de junho (CENTRO CULTURAL DE BELÉM – FACEBOOK)

No mesmo dia em os Choro de Fado tocam no castelo, Miguel Araújo vai passar pelos Armazéns do Chiado às 19h. A 18 de junho, celebra-se o 20.º aniversário do Coro de Câmara da Universidade de Lisboa com um concerto na Aula Magna, pelas 18h30. A entrada custa 5 euros.

De 18 a 24 de junho, irá decorrer o Com’Paço — X Festival de Bandas de Lisboa, na Praça dos Restauradores, Jardim Fernando Pessa e Jardim de São Bento. No final do mês, de 23 a 26 de julho, será a vez do Festival Coros de Verão que, pela primeira vez, se vai expandir para fora de fronteiras e chegar ao Castelo de S. Jorge. O concerto de abertura acontece no dia 23, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), às 21h, com o Coro Infanto Juvenil da Universidade de Lisboa. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete no CCB a partir das 19h.

Festinhas em família

As Festas de Lisboa começam a 1 de junho, data em que se assinala o Dia Internacional da Criança. Por essa razão, este ano, os festejos vão arrancar com um conjunto de iniciativas pensadas para os mais pequenos em vários pontos da cidade que se vão prolongar pelo mês fora, que incluem concertos, ateliês e workshops.

No dia 1 (quinta-feira), a Orquestra Geração vai juntar-se a Joana Amendoeira para um concerto na Praça do Município, pelas 19h. A entrada é livre. Às 17h, no Museu do Fado (Alfama), decorrerá a apresentação do livro infantil Brincar aos Fados, que reúne textos de Alexandre Honrado, David Machado, Mafalda Arnauth, entre outros. A obra é uma leitura do Fado feita a partir dos bairros históricos de Lisboa e dirigida especialmente ao imaginário infantil.

Antes disso, às 10h30, junto ao Padrão dos Descobrimentos, haverá uma oficina de expressão plástica e de construção de instrumentos musicais dirigida ao 1º e 2º ciclos. A iniciativa Agora eu era um Índio! promete uma viagem até ao Brasil, à descoberta dos índios. A entrada é livre, mas sujeita a marcação prévia e limitada ao número de lugares disponíveis.

Pela mesma hora, o Jardim do Bairro das Estacas (Alvalade) vai receber a peça Muita tralha, pouca tralha, uma viagem de Catarina Requeijo co-produzida pela Formiga Atómica Associação Cultural e Teatro Municipal Maria Matos. Esta primeira apresentação será especialmente dirigida às escolas, mas a peça andará em exibição até 25 de junho:

  • 1 de junho (10h30 e 14h30) — Jardim do Bairro das Estacas (escolas, com reserva prévia);
  • 3 e 4 de junho (17h30) — Jardim do Bairro das Estacas;
  • 17 e 18 de junho (17h30) — Jardim da Cerca da Graça;
  • 24 e 25 de junho (17h30) — Parque da Quinta das Conchas.

A 17 de junho, pelas 10h30, o Museu da Marioneta vai apresentar o teatro de sombras A Lenda do Imperador WU TI, seguido de um ateliê de construção de marionetas. No dia seguinte, dia 18, será a vez do Intrépido Silva, um prodigioso malabarista e equilibrista, talvez um pouco canastrão, passar pelo museu. O espetáculo começa às 15h. Os dois eventos têm entrada livre.

Artigo corrigido às 12h03 de 25/5 com o novo horário da apresentação do livro Brincar aos Fados

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