Os trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) vão cumprir três horas de greve diariamente, entre 19 e 23 de junho, um protesto que incluirá ainda plenários e manifestações.

Em comunicado, a FECTRANS (Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, afeta à CGTP) informou sobre as decisões tomadas esta manhã em plenário, que incluem a realização de uma semana nacional de luta, em junho, “na forma de três horas de greve, complementada com plenários, manifestações e outras ações nos locais de trabalho”.

O objetivo desta semana, acrescentou a FECTRANS, é “lutar contra o desmembramento da empresa, nos termos de um projeto que está em análise usando como desculpa” um acórdão do Tribunal de Contas (TdC), que recusou o visto prévio a 11 contratos entre a CP e a EMEF.

A federação criticou o possível desmembramento em “duas empresas – uma a trabalhar unicamente para a CP e outra para os restantes clientes”, referindo que o ‘chumbo’ do TdC a contratos aconteceu no decorrer do processo de privatização da EMEF.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os contratos visados, com a duração entre os 7 e os 10 anos, destinavam-se a garantir um negócio de 340 milhões de euros ao eventual comprador e numa “modalidade nunca antes necessária”.

“Porque a luta dos trabalhadores fez gorar a privatização da EMEF, esta continua a trabalhar para a CP, sem esses referidos contratos, pelo que estamos perante um argumento falacioso” para que haja uma “entrega ao interesse dos negócios privados”.

A federação antecipa que a “separação em duas ou mais empresas para uma futura privatização e com o objetivo central de gerar lucros” levará a uma redução de custos, o que se “refletirá na qualidade das intervenções, o que terá reflexos negativos na segurança, na qualidade e na fiabilidade do transporte ferroviário”.

Os trabalhadores também exigem que a EMEF volte a ser uma unidade da CP, o que “não inviabiliza a prestação de serviços a terceiros, que esta quinta-feira já são feitos pela CP noutras áreas”, o fim de vínculos laborais precários de trabalhadores em postos permanentes, o aumento de salários e revisão do acordo de empresa e do regulamento de carreiras.