O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta segunda-feira a ideia de que Portugal, designadamente através do porto de Sines, pode ser a porta de entrada das exportações da Argentina para o mercado da União Europeia.

Falando no encerramento do Fórum de Negócios entre Portugal e a Argentina, primeiro ponto do programa de dois dias de visita oficial a este país, António Costa afirmou registar uma nova dinâmica nas relações comerciais luso-argentinas.

Nos últimos dois anos subiu muito o nível de exportações da Argentina para Portugal, enquanto no primeiro trimestre de 2017 as exportações nacionais para a Argentina estão a crescer na ordem dos 140 por cento.”

Porém, de acordo com o primeiro-ministro português, essas relações podem avançar para novos patamares, dando como exemplo a questão dos portos.

“Portugal tem infraestruturas portuárias para a entrada de produtos argentinos no mercado europeu. Considero que o porto de Sines pode ser a porta de entrada para as exportações argentinas, numa altura em que os portos do Norte da Europa se encontram sobrelotados”, advogou António Costa.

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O primeiro-ministro apontou também que os portos portugueses são os que se encontram mais próximos da Argentina em termos de distância.

“Temos o melhor porto da fachada atlântica para acolher os superpanamax: Sines”, insistiu.

Por sua, vez, numa breve intervenção, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, referiu-se às oportunidades de empresas nacionais na área das obras públicas, num momento em que a Argentina aposta em desenvolver projetos de construção de infraestruturas.

“A área das infraestruturas é muito interessante, porque as empresas portuguesas têm uma vasta experiência neste setor. Registamos, também, que as autoridades argentinas introduziram mudanças legislativas no sentido de haver facilitação e maior transparência nos concursos internacionais”, afirmou Manuel Caldeira Cabral.

Na conferência do Fórum de Negócios, entre outros, esteve presente o principal responsável da Mota Engil para a América Latina, João Pedro Parreira.

A Mota Engil tem projetos de elevada dimensão em mercados como o mexicano, colombiano e peruano, mas ainda não possui presença na Argentina.

Além das infraestruturas, o primeiro-ministro adiantou que os governos de Portugal e da Argentina estão a procurar concretizar um acordo aéreo, tendo em vista a existência de uma ligação direta entre os dois países.

“A Argentina está a viver um momento de mudança e de abertura, o que constitui uma grande oportunidade para os dois países. Sendo baixo o nível das relações entre os dois países, há um enorme potencial para o desenvolvimento”, disse, já depois de ter feito uma alusão à necessidade de se acabar com a dupla tributação ao nível comercial.