Na terça-feira, 25 artistas portugueses vão subir ao palco do MEO Arena, em Lisboa, para um concerto solidário de homenagem às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos. O evento — “Juntos Por Todos” –vai ser transmitido em direto na RTP, SIC e TVI e na rádio. Esta é a primeira vez que todas as televisões e rádios garantem uma cobertura conjunta de um espetáculo em Portugal.
Juntos por Todos angariou mais de 1 milhão de euros para as vítimas do fogo de Pedrógão Grande
Concebido pelas promotoras Sons em Trânsito e Nação Valente, em parceria com o MEO Arena e as editoras Sony Music Portugal, Universal Music Portugal, Valentim de Carvalho e Warner Music Portugal, a iniciativa irá contar com a participação de Salvador Sobral, Luísa Sobral, D.A.M.A, David Fonseca e muitos outros cantores e músicos, que se associaram a este evento sem receber nada em troca. Os bilhetes para o concerto — cuja totalidade das receitas será usada para ajudar as vítimas dos incêndios — já estão esgotados, mas há outra forma de ajudar quem mais precisa.
Quanto é que custam os bilhetes?
Os bilhetes já se encontram esgotados (de acordo com Vasco Sacramento, foram vendidas cerca de 14 mil entradas), sendo que o bilhete solidário é o único que ainda se encontra disponível para compra. Contudo, poderão sempre surgir alguns bilhetes provenientes de reservas não levantadas.
Existiam três tipos de bilhete: o bilhete geral, único e sem marcação, por 15 euros: o bilhete geral extra, de 25 euros, para quem quer contribuir com um valor superior; e o bilhete donativo, de 15 euros, para quem pretende contribui mas não tem interesse em assistir ao espetáculo. Este pode ser comprado nos locais habituais e em blueticket.pt, e foi criado a pensar nos emigrantes portugueses que, não estando em Portugal, têm interesse em contribuir, como explicou ao Observador Vasco Sacramento, da Sons em Trânsito, uma das entidades dos responsáveis pela organização do evento.
Que valor é que reverte para ajudar as vítimas do incêndio?
O valor dos bilhetes reverte na totalidade para a União das Misericórdias Portuguesas, que depois fará a distribuição das verbas reunidas, à exceção do IVA de 13%, aplicado a todas as atividades culturais. Porém, segundo Mário Centeno, nem isso irá parar aos cofres do Estado. No início da semana passada, o gabinete do ministro das Finanças anunciou que as receitas resultantes de iniciativas de solidariedade para com as vítimas dos incêndios iriam ser encaminhadas para atividades de proteção civil ou de solidariedade social.
“Não sendo legalmente possível ao Estado não cobrar o IVA relativo a atividades sujeitas e não isentas, o ministro das Finanças decidiu que o IVA recebido relativo a iniciativas sem fins lucrativos de arrecadação de fundos para apoio às vítimas dos incêndios será integralmente canalizado para atividades de proteção civil ou de solidariedade social de apoio àquelas vítimas”, referia o comunicado.
O Observador teve conhecimento que estariam a circular informações erradas relativamente ao valor que reverte para ajudar as vítimas dos incêndios na loja FNAC do centro comercial Vasco da Gama, no Parque das Nações. Nessa loja, estaria a ser dito aos clientes que apenas uma parte do bilhete (5 euros) seria para a União das Misericórdias Portugueses, sendo que o resto iria para o MEO Arena. Esta informação é contrária ao divulgado pelo próprio evento: num comunicado enviado às redações no início da semana passada, é referido que o espaço foi cedido gratuitamente. Além do mais, de acordo com Vasco Sacramento, o espetáculo está a ser montado a custo zero, graças à boa vontade das entidades envolvidas. Os cantores e músicos também não irão receber nada pela sua atuação.
“O MEO Arena e a Blueticket associam-se a esta causa oferecendo o seu espaço e serviços gratuitamente, nomeadamente a angariação e entrega das receitas à União das Misericórdias Portuguesas”, pode ler-se no comunicado emitido pela organização do evento.
Já a FNAC garantiu ao Observador que não passou nenhuma informação neste sentido. Fonte oficial da empresa salientou que a única informação que foi passada foi a da isenção do pagamento da comissão de bilheteira (de 6% sobre o valor). Esta foi a forma que a FNAC, um dos locais onde os bilhetes podem ser comprados, encontrou para se associar a este evento.
Que artistas é que vão atuar? E em que moldes?
Associaram-se a este concerto solidário os seguintes artistas portugueses: AGIR, Amor Electro, Ana Moura, Aurea, Camané, Carlos do Carmo, Carminho, D.A.M.A, David Fonseca, Diogo Piçarra, Gisela João, Hélder Moutinho, João Gil, Jorge Palma, Luís Represas, Luísa Sobral, Matias Damásio, Miguel Araújo, Paulo Gonzo, Pedro Abrunhosa, Raquel Tavares, Rita Redshoes, Rui Veloso, Salvador Sobral e Sérgio Godinho.
Tendo em conta o número elevado de cantores e músicos, cada um só irá cantar uma música. “Há alguns duetos previstos e alguns que irão surgir até lá”, revelou Vasco Sacramento. Os artistas são livres de cantarem o que quiserem.
A que horas é que começa o espetáculo? E quanto tempo é que irá durar?
O espetáculo está marcado para esta terça-feira, 27 de junho, às 21h. A duração será de cerca de três horas.