A 12.ª edição do NOS Alive vai acontecer nos dias 12, 13 e 14 de julho. Nunca a Everything Is New tinha revelado as datas da edição seguinte antes do último dia do festival, mas isso aconteceu este ano. O último dia do festival, com concertos de Depeche Mode, Imagine Dragons e Fleet Foxes, é de festa, mas isso não impediu que Álvaro Covões ficasse irritado, ao saber pelo Observador que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) montou uma operação STOP junto ao Passeio Marítimo de Algés, para multar viaturas ao serviço de plataformas eletrónicas de transporte como a Uber e a Cabify.
O irónico é que a Cabify é uma das parceiras do festival este ano. “Ai estão? Este país às vezes parecem dois países”, lamenta o diretor do festival. “Se isso é verdade, a oportunidade é muito bem escolhida, porque nós fazemos um esforço titânico para pôr Portugal no mapa, trazemos cá 118 jornalistas estrangeiros e 22 mil estrangeiros, ajudamos a vender Portugal lá fora e se o IMT decidiu fazer uma ação destas nestes dias, eu devia dar os parabéns porque vamos no caminho certo”, ironizou.
As inspeções foram descritas ao Observador por motoristas da Uber na quinta-feira. De acordo com os motoristas, o IMT estava colocado junto do restaurante Vela Latina, em Belém. Atualmente, profissionais das plataformas eletrónicas de transporte aguardam que o Parlamento aprove a lei que as regula. Enquanto esse buraco existe na lei, as autoridades estão a passar multas que oscilam entre os 5.000 e os 15.000 euros aos profissionais do setor que andam na estrada.
“Aproveito para fazer um apelo ao primeiro-ministro para ver se de facto tomamos um rumo. Eu sei que a lei tem de ser cumprida, mas é 365 dias por ano e não só durante um evento desta natureza”, disse, argumentando com o princípio da proporcionalidade. “Vou ficar muito atento a ver se, durante a Web Summit, que é um evento apoiado pelo Governo, o IMT vai fazer o mesmo. Vou mesmo.”
No final de cada dia de festival, há muita gente a caminhar a pé e a tentar encontrar um táxi livre. Covões reforça que estão 22 mil estrangeiros no festival e que uma fiscalização nesta altura, é “uma vergonha”. “Se isso é verdade, digo-lhe que tenho vergonha de ser português. Estou irritado porque desconhecia isso. Espero que quem decidiu isso seja demitido.”
Mário Centeno, o “artista” mais caro do NOS Alive 2017
A edição de 2017 esgotou mais cedo do que nunca e trouxe ao Passeio Marítimo de Algés 55 mil pessoa por dia. Ao todo, 165 mil festivaleiros, a lotação máxima. Mesmo assim, este sábado à tarde eram muitas as pessoas com um papel na mão a pedir um bilhete a quem passava. Para o patrão da Everything is New, a lotação não precisa de baixar. “Quando os 55 mil estão no recinto do Palco NOS, vemos que há espaço para muito mais gente”, argumenta.
Quanto à circulação e à lotação das casas de banho, a solução, do seu ponto de vista, é que o público faça uma melhor gestão do timing. “Eu também no futebol evito ir à casa de banho no intervalo. Aconselhamos que, no final dos concertos no Palco NOS, evitem ir à casa de banho, que é quando vai mais gente.”
Os bilhetes para a próxima edição do festival devem começar a ser vendidos em setembro, mas o patrão da Everything is New ainda não sabe se os preços se vão manter. “Ainda não nos sentámos a pensar nisso. Se for necessário, mexeremos.”
Cabeças de cartaz contratados, afiança que ainda não há. “Nada disso”, responde Álvaro Covões ao Observador, sobre o anúncio mais adiantado das datas para 2018. “O NOS Alive há muitos anos que é sempre no segundo fim de semana de julho. É como a Festa do Avante, que é sempre no primeiro sábado de setembro. Em 2019, o NOS Alive também vai ser em meados do mês, a 11, 12 e 13.”
Na agenda tem vários nomes. Contratados é que ainda não tem nenhum. “No ano passado por acaso já tínhamos um nome contratado por esta altura, creio que eram os Depeche Mode”, confidencia. Precisamente a banda cabeça de cartaz deste último dia, e cujo concerto vai ser transmitido em direto pela RTP, às 22h15.
Questionado sobre quem foi o artista mais caro do festival, Álvaro Covões responde com um nome que não está no cartaz. “O artista mais caro é o ministro das Finanças, o Dr. Centeno.” Por causa dos impostos, justifica, acrescentando: “Artista no bom sentido. É o que recebe mais”, por causa do IVA a 13%, aplicado a espetáculos culturais.