Bruno Pernadas
17h20, Palco EDP
É o melhor dos renascentistas portugueses, o tipo que sabe tocar tudo, com um bom gosto difícil de ultrapassar, que tanto vai à pop como ao improviso mais exigente, sempre com aquele toque irrepreensível nos arranjos. Vê-lo em palco é ver todas estas coisas a acontecer ao mesmo tempo e em direto. Um académico com sentimentos, ver que a conjugação de ambas as realidades é possível dá-nos esperança na humanidade. Não é exagero, é mesmo assim.
Silva
18h40, Palco EDP
Este vídeo aqui em cima tem a melhor canção deste ano sobre beijar e seus derivados. É do brasileiro Silva, que vai trazer aquela coisa que só o Brasil sabe fazer como deve ser: música pop cantada como quem dá um linguado, como quem dança agarrado na anca da frente, como quem sabe que depois da dança vem o resto e aí vai ficar tudo bem. Mas “Beija Eu” não é de Silva, é de Marisa Monte, e faz parte do álbum com temas da segunda cantados pelo primeiro.
Black Bombaim
20h55, Palco LG by SBSR.FM
Uma banda para tomar conta da mente de todos. Um grupo para fazer a banda sonora oficial do fim do mundo e do nascimento de um novo. Uma banda para tratar da música certa para a pior noite de sempre, que na verdade pode transformar-se na melhor noite de sempre. Uma banda para fazer do rock’n’roll uma matéria plástica, moldável, manipulável, sem limites e quase ausente de regras. Isto tudo ao vivo.
Deftones
22h00, Palco Super Bock
Provavelmente, a única banda que saída da embrulhada que foi o nu metal dos anos 90 (mas, na verdade, nunca vestindo muito bem essas medidas) se manteve decidida a ser mais do que um nome agarrado a uma moda. Mas eles que toquem o que puderem do primeiro Adrenaline, que ele há estaladões que nunca passam de moda, antes pelo contrário. E que venham outras mais recentes, como as do último Gore, do ano passado.
Fatboy Slim
23h50, Palco Super Bock
O pior de qualquer concerto de Fatboy Slim é que o vídeo aqui em cima nunca acontece de facto, em carne osso, nem há Christopher Walken. Mais de resto é o costume, é a história de sempre: festa. O produtor/DJ também conhecido como Norman Cook (mas muito menos) não sabe fazer a coisa de outra maneira.
Marquis Hawkes
02h10, Palco Carlsberg
Quando acaba um festival o que é que se faz? Dança-se. De preferência agradecendo a quem percebe das coisas da pista, aquelas pessoas que sabem escolher, produzir, misturar, todos esses verbos que o comum mortal não sabe conjugar. Neste caso trata-se do senhor Hawkes, que ainda no ano passado editou Social Housing — título perfeito para a música em causa, diga-se.