Os sem-abrigo de Oxford que colocam os seus pertences, como malas e caixas, às portas de lojas podem ter de pagar multas que podem chegar às 2.500 libras esterlinas, cerca de 2.795 euros. Os avisos legais foram colocados nos sacos, malas e caixas que pertencem aos mendigos, avisando-os de que podiam ser alvo de processo pela cidade de Oxford por estarem a violar leis de comportamento anti-social.

O conselho da cidade sentiu que a conduta dos mendigos “tem um efeito prejudicial sobre a qualidade de vida dos que vivem na localidade”, sendo que o não cumprimento das leis pode resultar em penalizações.

O movimento foi criticado, segundo o The Guardian, pelo ex-conselheiro do condado Larry Sanders, o irmão do ex-candidato a presidente dos Estados Unidos, Bernie Sanders. Sanders afirmou que o problema subjacente a esta decisão eram os cortes do governo e a crise habitacional britânica.

O líder do grupo de ecologistas de Oxford, David Thomas, descreveu estas ameaças como “intimidantes”, das quais teve conhecimento através de um colega do partido que lhe enviou fotografias dos avisos. Ele considerou que estas possíveis multas eram um uso inadequado da legislação comportamental anti-social.

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Usar legislação anti-social para varrer os sem-abrigo das ruas, enquanto se recusam a reabrir um centro de acolhimento para os mesmos, com 50 camas no centro da cidade, mostra como as prioridades de Oxford estão erradas”, afirmou Thomas.

Através do Twitter, o conselho da cidade de Oxford disse que estava empenhado em ajudar os sem-abrigo, mas que os sacos deixados por essas pessoas “bloqueavam as bocas de incêndio da rua Cornmarket e representava um risco para aqueles que lá trabalhavam“.

Oxford tem um dos maiores números de sem-abrigo do Reino Unido. Em 2015, um grupo estudantil da Universidade de Oxford criou uma petição para persuadir o conselho da cidade a abandonar o seu projeto para banir as pessoas que dormem na rua.

Segundo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em 2015 foram registados 440 sem-abrigo na rua e 376 em centros de acolhimento só na cidade de Lisboa.