Por baixo de toda a maquilhagem, de toda a roupa ousada e pouco convencional e de todos os adereços, quem é Lady Gaga? O documentário sobre a cantora norte-americana, que estreia amanhã, dia 22, no Netflix, pretende precisamente dar a conhecer o lado mais privado da estrela pop de 31 anos.
E garantidamente não é tudo um mar de rosas. “Paranoia, medo, dores no corpo, ansiedade” são algumas das palavras que se ouvem da voz da cantora durante o trailer, que destaca a questão da fibromialgia. Esta doença crónica, que provoca dores fortes em todo o corpo e com a qual Stefani Joanne Angelina Germanotta — o verdadeiro nome de Gaga — lida há cinco anos, levou-a a cancelar o seu concerto no Rock in Rio Brasil e o resto da tour europeia, que terminaria a 28 de outubro com um concerto na Alemanha.
O desespero da cantora com as dores é visível já no trailer: Gaga aparece deitada numa cama, toda nua e com apenas uma toalha branca a tapar-lhe o corpo, a deitar as mãos à cara de desespero. E ainda se vê a cantora no médico a receber tratamento para a doença crónica.
Mas há uma coisa que a faz mexer-se, apesar das dores: “Quando sinto a adrenalina da minha música e os meus fãs consigo funcionar”.
O documentário, realizado por Chris Moukarbel, acompanha Gaga durante um ano nos vários momentos da sua vida. Além da questão da fibromialgia, aborda o lançamento do seu mais recente álbum “Joanne”, os espetáculos — nomeadamente a atuação durante o Super Bowl em fevereiro –, e ainda o fim do noivado com o ator Taylor Kinney, refere o Los Angeles Times.
A relação da cantora com os fãs e com a família também é abordada no documentário, intitulado “Gaga: Five Foot Two”. Vê-se a norte-americana num batizado e ainda a visitar a avó. “A família é a coisa mais importante da minha vida”, afirma a cantora.
O que é a fibromialgia?
A fibromialgia é uma doença crónica que afeta cerca de 300 mil portugueses (todos adultos e em particular as mulheres). Caracteriza-se por “dor músculo-esquelética generalizada, difusa e muitas vezes migratória [salta de um sítio para o outro]” e ainda por um “aumento da sensibilidade a uma variedade de estímulos que podem causar dor e desconforto, como o esforço, stress ou os ruídos”, lê-se no site da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.
Dores no corpo, “alterações no padrão do sono”, “fadiga e cansaço matinal”, ” falta de força”, “cansaço intenso e sensação de esgotamento físico”, “diminuição da concentração” são alguns dos sintomas. Uma vez que não tem cura, os tratamentos procuram aliviar a dor, “reduzir a ansiedade, melhorar o sono e melhorar a qualidade de vida” do doente.
Não se sabe ao certo o que causa esta doença, mas o “stress psicológico (preocupação, ansiedade) favorece este mecanismo, além de aumentar também a tensão que se transmite aos músculos, aumentando a dor”, refere ainda a Sociedade Portuguesa de Reumatologia.
A apresentadora de televisão Maria Elisa sofre de fibromialgia e até escreveu um livro sobre a doença, juntamente com o médico Jaime C. Branco: “Viver com Fibromialgia”.