O social-democrata Pedro Duarte afirmou hoje à agência Lusa que não está a equacionar candidatar-se à liderança do PSD, mesmo após Luís Montenegro e Paulo Rangel se terem colocado fora da corrida, e defendeu um Congresso programático.

Sem querer comentar as decisões de Luís Montenegro e de Paulo Rangel, o antigo líder da Juventude Social Democrata (JSD) declarou que não ter reconsiderado a sua posição: “Reafirmo que não estou a equacionar qualquer candidatura”.

“A minha opção pela vida profissional e percurso académico é inabalável. Limitar-me-ei a apresentar uma moção com as minhas ideias, no próximo Congresso”, acrescentou Pedro Duarte, que desde 2011 exerce funções de direção na Microsoft Portugal.

Pedro Duarte. “O mundo mudou” e o PSD também deve mudar

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Pedro Duarte referiu à Lusa que, face aos resultados das autárquicas de domingo, considerou “desde o primeiro momento” que o PSD deveria “parar para pensar”, evitando um “desfile vazio de nomes”.

No seu entender, deveria realizar-se um “processo de debate e reflexão”, com “um Congresso que recentrasse o PSD do ponto de vista estratégico e programático”.

Segundo Pedro Duarte, “assim, evitar-se-ia o desfile vazio de nomes, limitado a perfis e chavões, que condicionará a discussão livre e construtiva” que defende.

“Em coerência, não quero contribuir para o mesmo, que considero errado”, acrescentou.

Nestas eleições autárquicas, Pedro Duarte encabeçou a lista do PSD à Assembleia Municipal do Porto, que ficou em terceiro lugar.

Nas autárquicas de 2013, foi diretor da campanha da candidatura de Luís Filipe Menezes à Câmara do Porto, e em 2016 esteve com funções semelhantes na equipa da campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.

Na terça-feira, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou que não se iria recandidatar a um novo mandato à frente dos sociais-democratas, na sequência dos resultados pesados do partido nas autárquicas e por considerar que, se ficasse, correria o risco de “parecer agarrado ao poder” internamente.

Nas eleições autárquicas de domingo, o PSD perdeu oito presidências de câmaras municipais face a 2013, ano em que tinha registado o seu pior resultado, ficando agora com 98 (79 sozinhos e 19 em coligação).

Em termos de votação nacional, o PSD obteve, sozinho, 16,08%, dos votos, uma percentagem ligeiramente abaixo dos 16,70% de há quatro anos.

O Conselho Nacional do PSD vai reunir-se novamente na segunda-feira para marcar a data das eleições diretas para a escolha do próximo presidente do partido e do Congresso.

Até agora, não existe nenhuma candidatura anunciada à liderança do PSD, mas o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto Rui Rio vem manifestando a intenção de avançar, o que deverá concretizar-se na próxima semana.