Há uma aversão generalizada às segundas-feiras e não é só o gato Garfield que as odeia: esse dia é mau para todos e a ciência finalmente conseguiu prová-lo. Investigadores do Complex Systems Center da Universidade de Vermont analisaram cerca de 50 milhões de tweets por dia com algoritmos próprios de forma a medir a felicidade ao longo dos últimos nove anos. A felicidade e a disposição crescem ao longo da semana e caem drasticamente à segunda-feira, foi a conclusão a que chegaram.
I believe I've been consistently clear on this. #IHateMondays pic.twitter.com/W08szE86LE
— Garfield (@Garfield) October 9, 2017
Para milhões de pessoas em todo o mundo, a segunda-feira é dia de regressar ao trabalho, dia de preparar a semana e não é difícil de imaginar que ninguém goste de ver o fim-de-semana acabar literalmente de um dia para o outro. Nesta análise, o “hedonómetro” (como lhe chamaram) recolhe uma amostra de 50 milhões de tweets aleatórios — cerca de 10% dos tweets produzidos diariamente — e combina mais de 10 mil palavras para as filtrar e atribuir pontuação de 1 a 9. As palavras mais frequentemente utilizadas para exprimir tristeza ou angústia têm uma pontuação mais baixa e as palavras utilizadas para exprimir euforia ou felicidade uma pontuação mais elevada. Às palavras mais ambíguas é atribuída uma pontuação média.
Estes dados permitem avaliar com alguma coerência a forma como um grande número de pessoas reage a eventos mediáticos como a eleição de Donald Trump ou o tiroteio de Las Vegas a 2 de outubro, que fica marcado como “o dia mais triste do Twitter”. Também outras tendências são observadas: o dia de Natal, Ação de Graças, dia da Mãe e outras datas assinaladas por ataques terroristas entram para a história do Twitter.
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Numa nota menos científica mas igualmente interessante, Jim Davis, o criador do icónico hater de segundas-feiras, Garfield, explica ao Huffington Post o porquê de o gato mais famoso do mundo gostar de lasanha e odiar segundas-feiras e também o que o seu sucesso diz das pessoas que se revêm no Garfield.
Os investigadores acreditam que a divulgação de mais e mais dados permitirá acelerar vários processos legislativos, nomeadamente no que diz respeito a leis do trabalho, salários, comparticipações médicas e leis de controlo de armas.
A Universidade de Vermont admite que a felicidade é um conceito difícil de quantificar por ser um conceito subjetivo e incrivelmente variável, mas sugere que só uma análise no Twitter permite identificar pontos fulcrais nos quais as instituições se podem focar.