O presidente da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU -PDGB), Nuno Nabian, acusou este sábado o Presidente e o Governo de “incompetência” e avisou que não vai aceitar que o primeiro-ministro organize as próximas eleições.
“Vamos dizer ao Jomav (como é tratado o Presidente no país) que esta intenção (de adiar as eleições e ser o atual Governo a organizá-las) não vai acontecer nunca. Custe o que nos custar isso não vai acontecer nunca”, afirmou Nuno Nabian.
O presidente da APU – PDGB ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 2014. As eleições legislativas na Guiné-Bissau estão previstas para 2018 e as presidenciais para 2019.
“Depois de nomear vários governos, o Presidente (José Mário Vaz) acabou por nomear o pior Governo e é este Governo ilegal e inconstitucional que o Presidente quer que organize eleições em 2019 ou 2020”, afirmou, em conferência de imprensa, Nuno Nabian.
Na conferência de imprensa, Nuno Nabian afirmou que o Presidente guineense “está enganado” e que o atual Governo, liderado por Umaro Sissoco Embaló, “não vai organizar eleições no país e que fique claro para todo o povo” guineense.
“Não podemos hipotecar o futuro do nosso país por mais cinco anos com gente incompetente e intriguista e que não ama a Guiné-Bissau. Não vamos aceitar isso nunca”, salientou.
Questionado pela Lusa sobre as afirmações, Nuno Nabian disse que já advertiu o Presidente da República que “nenhum partido” vai aceitar as manobras já iniciadas, referindo-se à cartografia eleitoral, considerando que o processo tem falta de transparência.
Na conferência de imprensa, Nuno Nabian fez duras críticas ao Presidente José Mário Vaz e ao primeiro-ministro guineense, acusando-os de estarem a vender e a endividar o país, dando como exemplo, a privatização dos portos, a entrega de Bolama a uma empresa, que “ninguém sabe de onde vem”.
“A Guiné-Bissau vai ter problemas”, afirmou Nuno Nabian, salientando que um chefe de Estado tem de ser nacionalista, patriota e “alguém que goste do povo”. Nuno Nabian alertou também os dirigentes guineenses que o mundo está atento ao que se passa na Guiné-Bissau e que o hoje o “país está vulnerável” e que está entrar “dinheiro sujo, droga e, certamente, armas”.
“Tudo está a entrar para a Guiné-Bissau”, disse.