O fim de semana vai ser de sobreaviso em todo o país, ou não estivéssemos a falar de um final de outubro muito quente e seco, com temperaturas bastante atípicas para a época. Os avisos vieram de todo o lado: Governo, Proteção Civil e IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera).
A Autoridade Nacional da Proteção Civil recomenda à população que evite uma série de comportamentos que possam pôr em causa a prevenção que está a ser feita em todo o território. Tais atividades em espaço florestal podem facilmente comprometer o trabalho das autoridades devido ao perigo das temperaturas elevadas, do vento forte e dos fracos níveis de humidade.
Comportamentos de risco a evitar:
· Realizar queimadas ou fogueiras;
· Utilizar equipamentos de queima e de combustão;
· Queimar matos cortados e amontoados ou qualquer tipo de sobrantes de exploração;
· Lançar balões com mecha acesa ou qualquer outro tipo de foguetes;
· Fumar ou fazer lume de qualquer tipo nos espaços florestais ou vias circundantes;
· Proceder à fumigação ou desinfestação de apiários com equipamentos sem dispositivos de retenção de faúlhas.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas alerta também para estas situações e aconselha a população a adotar alguns procedimentos em caso de incêndio.
As preocupações viram-se, sem surpresa, para os cuidados redobrados na prevenção dos incêndios, mas, sobretudo, na questão de como é que um (eventual) combate às chamas está a ser preparado e como é que o novo ministro Eduardo Cabrita, responsável pela pasta da Administração Interna, vai encarar os últimos avisos.
Eduardo Cabrita sublinhava, esta manhã, no Parlamento, que o Governo está a “reunir todos os meios disponíveis, com o reforço da presença dissuasora e preventiva da GNR, com a presença no Terreno das Forças Armadas”e com a colaboração dos municípios das áreas que correm maior risco. É exemplo o distrito de Viseu, onde está a ser “estrategicamente” colocada uma maior concentração dos meios aéreos adicionais”, garantiu.
O novo ministro reforça que a ação preventiva também depende dos portugueses, lembrando que os comportamentos de risco são totalmente desaconselhados.
Também António Costa garantiu que os meios aéreos disponíveis foram duplicados e que a prevenção em todo o território está a ser feita com um reforço de cerca de quatro mil bombeiros. O primeiro-ministro afirmou, durante a sua visita a Vila Nova de Poiares, que estão envolvidas forças da GNR, PSP e Forças Armadas. A acompanhar essas patrulhas estão ainda membros do exército e da marinha, apoiados de meios aéreos. Tal como o novo ministro, Costa lembra que para que não haja incêndios é necessária a colaboração de todos.
Esta sexta-feira foi o dia “mais quente” dentro do período considerado de risco de incêndio devido ao “tempo muito seco” e à presença de uma “massa de ar seca”, confirmou ao Observador a metereologista Paula Leitão. Ainda assim, os últimos comunicados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera devem ser vistos como uma situação de “preocupação” e não propriamente de “aviso”. Tal se deve a uma conjugação de fatores que fazem deste final de mês um “outubro extremamente quente para a época”.
É a situação de secura que justifica esta preocupação”, referiu a meteorologista.
O cenário, ainda assim, deverá melhorar no fim de semana, mas o risco continua elevado devido ao vento forte e aos níveis baixos de humidade na generalidade do território. “No sábado e no domingo há uma pequena descida da temperatura, mas há o aumento do vento no quadrante leste, com previsões de vento quente e seco mais intenso nas terras altas”, concluiu Paula Leitão.